Crédito da agricultura empresarial cresceu 2,63% na comparação com 2014, com destaque para alta de 29% no custeio das lavouras
As linhas de crédito destinadas à agricultura empresarial movimentaram R$ 39,972 bilhões entre julho e setembro deste ano, os três primeiros meses do Plano Safra 2015/2016. O dado está presente em balanço divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Ministério da Agricultura, que reportou aumento de 2,63% em relação aos R$ 38,946 bilhões de igual período em 2014.
Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar, o resultado mostra que o produtor tem mantido o ritmo de atividade. “Havendo crise ou não, o setor agropecuário está olhando o seu mercado”, avaliou. “É uma boa resposta do setor”, disse.
O maior volume do total destinado à agricultura empresarial foi para custeio da produção rural, que recebeu pouco mais de R$ 29 bilhões. O montante é 29% superior aos R$ 22,5 bilhões do período julho-agosto em 2014.
O custeio foi puxado pelo desempenho 51% maior dos bancos públicos. As instituições estatais, especialmente o Banco do Brasil, repassaram cerca de R$ 16,3 bilhões para custear a implantação da lavoura entre julho e setembro de 2015.
Na contramão desse movimento, os bancos privados reduziram em 6% o crédito para custeio, totalizando R$ 6,6 bilhões no período. Enquanto isso, as cooperativas de crédito mantiveram os repasses, com aumento moderado de 1%, ao direcionar R$ 2,9 bilhões para custeio.
O apoio à comercialização caiu de R$ 6,644 bilhões entre julho e setembro do ano passado, para R$ 6,075 bilhões neste ano. A queda de 9% foi influenciada pelo menor fluxo de recursos destinados à comercialização agrícola e pecuária.
Nassar apresentou um recorte com resultados dos meses de julho e agosto, somados, no qual se verificou que os bancos públicos reduziram o repasse para comercialização em 33%, totalizando R$ 1,59 bilhão. Já as instituições privadas ampliaram os recursos para comercialização em 6%, indo a R$ 3,5 bilhões nos dois meses avaliados.
O secretário observou que os bancos privados têm migrado sua carteira de crédito da comercialização para o custeio. Já o foco das instituições públicas, ao contrário, é financiar o custo de implantação das lavouras – especialmente de médios produtores, categoria com maior dificuldade em buscar financiamento no mercado.
Houve queda no total de recursos liberados para investimentos. Em julho-setembro de 2014 foram destinados R$ 9,8 bilhões para investimentos. No mesmo intervalo, neste ano, o valor foi de R$ 4,88 bilhões.
O secretário afirmou que o recuo reflete o ajuste na economia. “Em investimento é onde tem um ajuste maior, condizente com o que a gente tinha pensado no Plano Safra 2015/2016, que trouxe um aumento importante custeio e comercialização”, considerou.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Agricultura