Manejo de pragas e doenças na cultura da soja foi um dos temas ministrados pela Fundação MS durante a 11ª edição da Dinapec
“Os principais problemas que tivemos nessa última safra foram a ferrugem da soja e o percevejo marrom”, afirmou o pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli, na Dinapec 2016, feira realizada pela Embrapa em Campo Grande. Durante o roteiro tecnológico sobre Integração Lavoura-Pecuária e tecnologias para expansão da agricultura, os participantes tiraram dúvidas sobre o manejo de doenças e pragas nas lavouras.
Alguns fatores favoreceram a presença dessas doenças e pragas em plantações de Mato Grosso do Sul. “Primeiro, pela eficiência um pouco reduzida de alguns produtos usados no combate. No caso do percevejo, a maioria dos produtos não apresentaram performance adequada”, explica o pesquisador.
O excesso de chuvas também contribuiu o desenvolvimento das doenças e acabou prejudicando, também, a parte operacional. “A questão de aplicação e intervalo de aplicação ficou bastante comprometida. Então, formou-se um cenário com relativamente baixa eficiência de controle e intervalo de aplicação muito grande”.
A antracnose, uma das doenças mais comuns em relação ao grão e que pode causar apodrecimento e queda das vagens, também foi identificada, mas em menor escala, principalmente em áreas onde o grão já estava pronto para ser colhido e, em decorrência das chuvas, houve atraso na colheita. “Observamos perdas por germinação de grãos e abertura de vagens em algumas variedades específicas, dependendo do manejo de doenças que o produtor adotou”, reitera.
Para evitar que problemas como os citados apareçam, a recomendação, sempre recorrente, continua a mesma: monitoramento constante das lavouras. Grigolli ressalta que o produtor deve ficar atento aos produtos e doses utilizadas, além de observar se estão registrados. “O uso de misturas ou de produtos não registrados pode comprometer todo o sistema de controle de pragas e a lavoura em geral”.
No caso das doenças, os programas de manejo devem ser iniciados de forma mais robusta, com produtos altamente eficientes logo no começo. “Estudos mostram que quando o início do controle é bom, o todo fica bom também. Quando a gente começa com produtos de performance razoável, ou inferior, temos, geralmente, dificuldades de controle da doença no final do ciclo”, enfatiza o pesquisador.
As pesquisas realizadas pela Fundação MS são divididas em estudos de monitoramento e eficiência de controle. Na primeira opção, os pesquisadores acompanham as áreas de plantio para ter conhecimento do tipo de ocorrência de possíveis pragas e doenças que serão encontradas na safra. Já na segunda, a partir do momento em que os focos de pragas e doenças são detectados, as equipes de trabalho realizam testes de produtos para a eficiência de controle diante de cada situação.
Sato Comunicação