Mesmo sendo um dos mais bem colocados em índice de vacinação, com 99,4% representantes do Estado se mantem cautelosos nas discussões com vistas a sua retirada
Pirinópolis (GO) – O Brasil discute essa semana no 44º encontro da Comissão Sul Americana de Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa), no município de Pirinópolis, reivindicações no sentido de que algumas regiões sejam consideradas livres de febre aftosa sem vacinação. O tema é uma das propostas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Mato Grosso do Sul está representado no debate pela diretoria da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). Participam do evento o diretor-presidente da Iagro, Luciano Chiochetta, o diretor executivo da Agência, Roberto Bueno, juntamente com o coordenador do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHFA), fiscal estadual agropecuário e médico veterinário, Fernando Endrigo Ramos Garcia; a coordenadora do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (NCEBT) e a médica veterinária, fiscal estadual agropecuária, Daniela de Oliveira Cazola. Os técnicos apresentam os resultados do trabalho realizado no Estado.
![](http://www.semade.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/20/2017/04/Tecnicos-da-Iagro-em-Pirinopolis-300x200.jpg)
Técnicos de MS no 44º encontro da Comissão Sul Americana de Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa).
Com 21.815.242 cabeças distribuídas em 58.339 propriedades rurais com espécies susceptíveis, Mato Grosso do Sul realiza a vacinação contra a febre aftosa em duas etapas – em maio e novembro – tendo o seu território dividido em três regiões, sendo planalto, pantanal e zona de fronteira.
Com excelência reconhecida no setor de sanidade, o Estado que é modelo no trabalho de prevenção a doença e um dos mais bem colocados em índice de vacinação, segundo dados da Agência Estadual, com 99,4% do rebanho de bovinos e bubalinos vacinados, sempre foi bastante cauteloso nas discussões realizadas com vistas a retirada da vacinação.
Atentos em expor as peculiaridades que diferem Mato Grosso do Sul dos outros entes da Federação, já que possui a mais extensa faixa de fronteira seca (com a Bolivia e o Paraguai) e o quarto maior rebanho bovino do País, os diretores acreditam que as discussões sobre a estratégia de retirada da vacina passa por uma completa analise dos avanços obtidos com o Plano de ação do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (2011-2020), e a revisão dos desafios das próximas etapas onde estão previstos o projeto de criação de um Banco Regional de Antígenos/Vacinas da Cosalfa (Banvaco), ao manejo das cepas de febre aftosa exógenas à região e a necessidade de manter o sorotipo C nos programas de vacinação sistemática.
A verificação da situação dos fundos que devem financiar as ações de controle, também entra em pauta e sobre este tema Luciano comentou que Mato Grosso do Sul já criou em setembro de 2016 uma reserva financeira para ações de Defesa Sanitária Animal denominada Refasa e que, ações no sentido de iniciar a arrecadação já encontram-se em andamento.
“A transição para o status de livre sem vacinação, e a definição de estratégias sub-regionais, dando-se prioridade a ações de cooperação técnicas condizentes ao reconhecimento sanitário nos países que ainda não estão livres da febre aftosa tem colaborado para o bom andamento do processo, contudo ainda é cedo para estabelecer um prazo para que a retirada da vacinação se dê no nosso Estado”. Comentou o diretor presidente.
Cosalfa
A Cosalfa está constituída por 26 representantes de 13 países (Argentina, Brasil, Bolívia; Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai), sendo um representante do setor público – o Diretor do Serviço Veterinário Oficial – e um representante do setor privado – relacionado com a mais alta entidade nacional que congregue aos produtores pecuários. Além desses países, o encontro em Pirenópolis conta ainda com a participação de representantes da Espanha, Estados Unidos, França, Nova Zelândia e Suíça.
Promovida pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) com o apoio do Governo do Brasil, por intermédio do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e do Governo do Estado de Goiás, o encontro conta ainda com a participação de diversos organismos internacionais, como a Organização de Saúde Animal (OIE), a Organização das Nações para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Grupo Interamericano de Erradicação da Febre Aftosa (Giefa).
Clique aqui e assista à transmissão ao vivo do evento.
Kelly Ventorim – Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro)
Foto Principal: Chico Ribeiro