Um dos principais gargalos que travam um desenvolvimento mais rápido e efetivo do agronegócio brasileiro está diretamente relacionado à educação daqueles que fazem parte dessa cadeia. A falta de escolarização profissional básica é o maior obstáculo da produção agropecuária, conforme especialistas do setor.
Para ter ideia do cenário, apenas no Estado de Mato Grosso, 53% dos analfabetos estão trabalhando no campo. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (Famato), Rui Prado, capacitar os profissionais é fundamental.
“Temos um protagonismo na economia brasileira, nos resultados da balança comercial do país, mas há um gargalo na educação e precisamos de mais conhecimento, de pessoas mais preparadas no agronegócio de Mato Grosso e também do Brasil. Falta gente preparada para aproveitar o que as tecnologias de ponta oferecem”, afirma.
De acordo com Prado, as modernas tecnologias já chegaram ao agronegócio, seja nas máquinas, na genética, no manejo das culturas e nos rebanhos, mas falta gente preparada para utilizá-las e aproveitar o que elas podem oferecer.
“Não acredito em um país que cresce e se torne referência do ponto de vista socioeconômico e ambiental sem conhecimento. Sem conhecimento, não seremos protagonistas de nada”, reforça Prado.
Novos modelos
Nesse sentido, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) realizou em novembro, em Cuiabá (MT), a segunda edição do “CresceMT – Educação para um novo tempo” (a primeira foi em abril deste ano), para debater novos modelos de educação e inovação no Brasil.
“Presenciamos, aqui, muitas pessoas que chegam para trabalhar no campo com problemas de alfabetização, seja analfabetos mesmo ou alfabetizados, porém com dificuldade de compreensão e aprendizado”, observa o presidente da Famato, que ainda faz um alerta: “É necessário melhorar o ensino da população brasileira como um todo para que possamos continuar a crescer. O agronegócio nacional precisa dessa capacitação para evoluir”.