Mato Grosso do Sul colheu 13,305 milhões de toneladas de soja, mas um atraso na safra fez com que 44% do milho fosse plantado fora do período ideal. As consequências são a maior exposição do grão as intempéries climáticas, como o frio e a estiagem, comprometendo o desenvolvimento da safra.
Dados do projeto SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), mostram que há regiões com mais de 35 dias de estiagem e baixa expectativa de chuva para maio e junho. Como impacto, há percentuais da lavoura em condições ruins, sendo 9% na região sudeste, 10% na região sul, 5% no centro e 5% no oeste do Estado.
Presidente da Aprosoja/MS (Associação de Produtores de Soja de MS), André Dobashi explica que o milho plantado fora da janela ideal fica muito vulnerável a estiagem. “Estas áreas estão em um estágio de desenvolvimento que necessita de chuva e o que está previsto não atende essa demanda. Então temos uma situação delicada para a safra”.
O secretário Jaime Verruck, titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) destaca que o houve aumento de 200% das exportações de milho nos primeiros quatro meses de 2021, devido a forte demanda por milho no mercado interno e externo para nutrição animal.
“Neste momento temos preços muito elevados, Mato Grosso do Sul com estoque de milho zerados e com previsão ruim para a próxima safra. Obviamente nos próximos meses teremos uma saída menor do grão para o exterior e consequentemente uma pressão maior sobre os preços de ração”, afirma. A saca de milho está sendo cotada a R$ 96,63.
A projeção de área plantada para o milho 2ª safra 2020/2021 de Mato Grosso do Sul é de 2,003 milhões de hectares, com aumento de 5,7% quando comparada com a área da safra 2019/2020, que foi 1,895 milhão de hectares. A produtividade estimada é de 75 sc/ha, gerando uma produção de 9,013 milhões de toneladas.
Priscilla Peres, comunicação Semagro