SÃO PAULO (Reuters) – As exportações de soja em grãos, farelo e óleo de soja, milho, carne suína, etanol e petróleo bruto do Brasil nos primeiros 11 meses de 2015 já superam os volumes registrados no ano de 2014 inteiro, em um momento em que a desvalorização do real favorece a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Dados oficiais divulgados nesta terça-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as exportações de soja em grãos até novembro somaram 53,6 milhões de toneladas, ante 45,7 milhões nos 12 meses de 2014, ressaltando também um novo recorde anual nos embarques oleaginosa após uma safra histórica.
O milho é outro produto com forte aumento de embarques, somando 22,6 milhões de toneladas em 2015, ante 20,6 milhões em 2014 inteiro. A exportação do cereal no período de 11 meses já é a segunda maior em um ano no Brasil, atrás apenas do recorde de 2013 (completo), afirmou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
“A valorização do dólar está estimulando a alta dos preços nos portos, que por sua vez sustenta a paridade de exportação. Assim, tanto os vendedores quanto os compradores internacionais estão aproveitando para negociar no mercado externo”, disse a consultoria Clarivi, em relatório semanal.
Ainda entre as commodities agrícolas, o óleo de soja acumula embarques de 1,39 milhão de toneladas (alta de 18 por cento ante 12 meses de 2014). O farelo de soja soma exportações de 13,78 milhões de toneladas (alta de 0,5 por cento), a carne suína acumula 435 mil toneladas (alta de 4 por cento) e o etanol totaliza 1,575 bilhão de litros (alta de 13 por cento).
Por outro lado, em divisas em dólares as exportações de commodities do Brasil apresentam resultados menos robustos, apesar dos grandes volumes exportados, por conta da queda nos preços das principais matérias-primas.
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RECORDE DO PETRÓLEO
O Brasil também acumula exportações de 34,7 milhões de toneladas de petróleo, volume 28 por cento superior a todo o acumulado dos 12 meses de 2014, já estabelecendo um novo recorde de embarques, superando os 32,6 milhões de toneladas de todo o ano de 2010.
Os fortes embarques de petróleo ocorrem em um momento em que o país está elevando sua produção no pré-sal, simultaneamente a uma queda no consumo interno de derivados como gasolina e diesel –devido à desaceleração econômica– e com as vendas externas estimuladas pelo câmbio.
Reuters