Presidente do Sindirações reconheceu que há falhas mas que o Brasil está no caminho certo
O agronegócio brasileiro é sustentável, embora instituições estrangeiras digam o contrário sobre o setor, afirmou nesta sexta-feira, 11 o diretor presidente do Sindirações, Roberto Ignacio Betancourt, durante o evento de fim de ano da associação que acontece na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo. “Nós temos sustentabilidade e precisamos mostrar isso para o mundo”, afirmou. “O Brasil está crescendo, ganhando competitividade, mas a Europa vê o Brasil como um vilão ambiental”, disse. “Há falhas, gente que não cumpre as legislações, mas estamos no caminho certo”, comentou.
O representante afirmou que além das críticas externas, há ainda as que são feitas pelo próprio governo brasileiro e que podem prejudicar o setor, o chamado “fogo amigo”. “O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) é muitas vezes ligado a ONGs estrangeiras para falar mal do agronegócio e isso, ao meu ver, é inaceitável.” Betancourt criticou ainda a Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês), que, segundo ele, pode prejudicar a competitividade brasileira frente a outros exportadores agropecuários. “Ao não participar dos grandes acordos comerciais, nós vamos ser prejudicados, vamos receber restrições sanitárias, cotas mais baixas e outros”, afirmou. Por outro lado, o representante comemorou o crescimento do setor durante 2015 e projetou um avanço de 2% do PIB da agropecuária no período. “O País vai mal, mas o agro vai bem e é um dos poucos setores que têm base em novas tecnologias. Estamos avançando em produtividade.”
Crise política – A atual crise política do país é avassaladora para o setor de rações, afirmou o vice-presidente do Sindirações, Ariovaldo Zani, durante o evento. Segundo ele, o cenário gera incertezas e afasta o investimento estrangeiro. Além disso, prejudica o poder aquisitivo e as vendas no mercado interno. Zani destacou a produção de rações para gado leiteiro, que deve fechar o ano com queda de 1,9%, para 5,3 milhões de toneladas. “A situação gera muitas incertezas e enquanto isso (o impeachment) não for resolvido, não vai melhorar”, disse, ressaltando que a morosidade é o pior que pode acontecer durante o processo contra a presidente Dilma Rousseff.