Com o objetivo de debater as tendências da bioeconomia no Brasil e a geração sustentável de bioenergia, biomateriais e químicos renováveis, o III Encontro de Pesquisa e Inovação da Embrapa Agroenergia, que iniciou nesta terça (08) e vai até quinta (10), em Brasília, reuniu pesquisadores e representantes das indústrias do setor.
Na abertura do evento, o presidente Maurício Lopes ressaltou que a bioeconomia é um caminho inexorável, e que a sociedade está imersa nesse novo paradigma econômico em curso que atende a um consumo baseado na sustentabilidade econômica, ambiental e social. Ele aponta ainda três megatendências para a sustentabilidade e a bioeconomia na agenda global: as discussões em torno do clima, a pressão da urbanização sobre as cidades e recursos naturais e a transformação tecnológica.
Tomando como exemplos políticas públicas, tecnologias e sistemas como a agricultura de baixo carbono diz que é possível afirmar que a agricultura brasileira é em essência uma grande bioindústria que está alinhada à nova lógica do mundo. “A agricultura é o melhor caminho para o Brasil fortalecer sua posição e despontar como líder nessa vertente econômica que desponta no mundo”, destaca o presidente.
Entre os temas apresentados e debatidos no evento estão a utilização de resíduos e biomateriais nas indústrias, a química verde e a “pegada limpa”, a ampliação das fontes de energia renováveis a partir da biomassa, além de políticas públicas para o setor e a parceria público-privada. A bioquímica de renováveis também está no escopo do evento. A ideia é discutir oportunidades de cooperação entre os setores público e privado para o desenvolvimento de projetos em PD&I.
Neste contexto, destaca-se o fato de em 2016 a Embrapa Agroenergia ter sido credenciada como unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – EMBRAPII, com o objetivo de realizar pesquisas com parceiros da inciativa privada na área de utilizando microrganismos e enzimas. Esse mecanismo dá agilidade e flexibilidade para a Empresa responder de forma mais efetiva às demandas tecnológicas.
Para Donizete Tokarski, diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Biocombustível (Ubrabio), entidade apoiadora do evento, agregar novos materiais à indústria e gerar novos produtos na cadeia produtiva dos biocombustíveis traz mais valor e competitividade a todo o processo de produção. “Hoje temos somente dois produtos gerados a partir do processo de industrialização do biodiesel, que é o próprio biodiesel e a glicerina. Com a introdução de novos produtos, poderemos enriquecer essa cadeia produtiva, gerando mais eficiência tecnológica e competitividade dos produtos bio em detrimento do custo dos combustíveis fósseis”, ressaltou o industrial.
O pesquisador Clenilson Martins Rodrigues, da Embrapa Agroenergia (Brasília – DF), diz que a pesquisa vem trabalhando para minimizar ou mitigar os resíduos gerados nessas cadeias produtivas, e ainda para tornar o custo energético mais eficiente. Já Leonardo Fonseca Valadares, também pesquisador da instituição, diz que quando se estuda a celulose, por exemplo, se descobre novas possibilidades de uso, pois “é um composto especial que tem grande potencial”, completa. “Nos laboratórios usamos a celulose e a fibra de celulose desenvolver novos compósitos e nanocompósitos”, relata o pesquisador.
Nesta quarta (09), a programação do III Encontro de Pesquisa e Inovação da Embrapa Agroenergia traz os debates sobre Mercados, Assuntos Regulatórios e Tecnologia com especialistas de empresas privadas, universidades e outras Unidades da Embrapa. O evento apresenta ainda trabalhos de estudantes de graduação, pós-graduação e doutores, em formato de pôster e oral.
Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
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Colaboração: Daniela Colares (MTb 114/01 RR)
Embrapa Agroenergia