A Papel Semente é especializada em papel reciclável que pode ser plantado e exporta para países como Alemanha e Suíça
Empreender com foco no desenvolvimento sustentável é um dos lemas da empreendedora Andréa Carvalho, 48 anos, sócia administradora da Papel Semente. Fundada em maio de 2009, no Rio de Janeiro, a empresa desenvolve um papel reciclado que recebe sementes de flores ou temperos ao longo do seu processo de fabricação.
Colocados em um vaso de terra fértil, os pedacinhos de papel dão origem a uma planta depois de 20 dias. Sementes de agrião, cravinho francês e manjericão, entre outras, podem ser encontradas em convites, crachás, cartões de visita, envelopes e embalagens customizados pelo cliente.
O modelo da Papel Semente busca conciliar a conservação da natureza e o crescimento social e econômico. “Na fábrica, temos um circuito fechado para reaproveitar a água da produção. Além disso, envolvemos os catadores de lixos da região, que são nossos fornecedores de matéria-prima. O papel da marca é certificado pelo Selo Verde do Instituto Chico Mendes, o que ajuda a exportar”, explica Andréa.
A primeira vez que exportou seus produtos foi para a Angola, em 2013, quando um cliente a procurou. No ano passado, após receber um e-mail com uma cotação do Chile, Andréa escreveu para a embaixada chilena e apresentou a Papel Semente. “Participamos da feira Ambiental 2015 lá, fizemos uma permuta com o estande da feira e levamos nossos produtos”, conta.
Há um ano, a Papel Semente começou a planejar a internacionalização da marca e a empreendedora sentiu necessidade de se capacitar. “Descobri que tinha 40% de ociosidade na empresa. Montamos um plano de exportação, que é para escoar isso. No começo foi complicado e burocrático. Mas, depois a gente vê que é possível”, explica.
Hoje, a Papel Semente exporta para Angola, Portugal, Alemanha e Suíça. Do total, 10% do faturamento vem das vendas para o exterior. No futuro, a empreendedora deseja exportar para mais países como Uruguai, Argentina, Equador, México, Paris e Inglaterra.
Além do choque de gestão, a exportação ajudou a melhorar a imagem da empresa no mercado interno. Para Andréa, desde que começou a exportar, a visibilidade da marca aumentou e clientes do mercado interno passaram a valorizar ainda mais a empresa.
Para empreendedores que desejam seguir o mesmo caminho ela ressalta a importância da capacitação. “O grande desafio é saber realmente onde quer chegar para poder se posicionar. Tem que ter cabeça aberta, aprender e não ter receio porque somos pequenas empresas”, ensina.
PEGN