Foto: Thiago Coppola
Convênio entre Embrapa Pantanal e Instituto Federal de MS viabiliza parcerias e transferência de tecnologia a estudantes
Na última semana, representantes da Embrapa Pantanal viajaram a Coxim, no interior do estado, para ministrar palestras durante a programação da semana do meio ambiente realizada pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) no município. A equipe da unidade também discutiu a formalização de um convênio com a instituição que prevê parcerias para atividades de transferência de tecnologia e realização de projetos.
“A nossa relação com o IFMS começou no ano passado junto ao campus de Coxim, que mantém um curso de aquicultura. Estamos trabalhando juntos, pensando em uma parceria para transformar os peixes nativos do Pantanal em opções para essa atividade. Também devemos trabalhar em conjunto na análise de carnes provenientes da produção de tilápia”, afirma o pesquisador Jorge Lara. “Além disso, eles gostariam do nosso apoio para a realização de cursos, palestras e treinamentos de alunos. Para nós, é interessante ter o pessoal do Instituto como clientes da seção de transferência de tecnologias da Embrapa”.
Jorge e o pesquisador Agostinho Catella ministraram palestras sobre o desenvolvimento de produtos à base de pescado e sobre a pesca no Pantanal, respectivamente. Agostinho abordou vários aspectos da atividade, descrevendo o ambiente e suas influências, manejo, questões políticas e maneiras para elevar a produtividade sem que seja preciso pescar mais.
“A pesca é igual ao futebol: todo mundo entende um pouco, muita gente gosta. Por isso, temos que pontuar alguns aspectos que nem sempre são óbvios, mas que são importantes. Por exemplo: se estamos atravessando uma fase em que os peixes diminuíram, é comum pensar que isso aconteceu por causa da pesca – o que não necessariamente é verdade. Podemos estar em um período mais seco, em que as populações desses animais são naturalmente menores. Esse é um recado importante: quando trabalhamos com recursos naturais, precisamos lembrar que eles têm ritmos e ciclos diversos”, afirma o pesquisador.
Noções como essas são importantes na vida de quem está iniciando o contato com essa área, conta Agostinho. Por isso, Jorge continuou a expor as possibilidades do trabalho com os peixes ao conversar com os alunos sobre diferentes formas de se aproveitar o pescado, que vão além de vendê-lo inteiro ou em postas. “O alcance potencial que essa área tem ainda não se concretizou. A aquicultura está em crescimento”, afirma. “Por enquanto, para a indústria, compensa apenas fazer filés dos peixes porque o custo é muito mais baixo. Mas vai chegar uma hora em que a margem de lucro irá estagnar e ela terá que processar essas carnes. É nesse momento que nós entramos. Estamos produzindo tecnologia para o futuro”.
A formalização do convênio irá continuar nos próximos meses e as ações feitas por meio da parceria entre as instituições deverão ser executadas a partir do próximo ano.
Nicoli Dichoff (MTb 3252/SC)
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