Campo Grande (MS) – Por intermédio da coletiva de imprensa realizada ontem (3) no Edifício Casa da Indústria, representantes do setor produtivo (público e privado) participaram do lançamento da programação Maio – Mês da Indústria 2016. Com a presença do secretário da Semade, Jaime Verruck, a coletiva teve início a partir da exposição de dados e análise do setor industrial em Mato Grosso do Sul, elaborada pelo presidente da Fiems, Sérgio Longen. Também compuseram a mesa Evaldo Emiliano, superintendente do Banco do Brasil, Paulo Corrêa, presidente da Comissão da Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa e Cláudio Mendonça, diretor-superintendente do Sebrae/MS.
O secretário da Semade fez um balanço da atração e consolidação de investimentos em Mato Grosso do Sul para 2016. Através da ferramenta Painel de Investimentos, o governo do Estado realiza um acompanhamento ostensivo dos empreendimentos previstos e em andamento neste ano. “Mato Grosso do Sul se posiciona como estado-líder em obter investimentos industriais. Recebemos os dois maiores projetos de celulose do mundo, os maiores em agricultura, bem como nas áreas em que o estado não tem tradição, como a piscicultura na Costa Leste”, apresentou.
Sobre a parceria com a Fiems, Jaime Verruck reiterou que o trabalho em conjunto com a instituição contribui para a rediscussão da política de incentivos fiscais no estado. “MS tem se consolidado como importante destino no panorama de atração de investimentos no país. Quanto à política de incentivos fiscais, vamos focar na regionalização dos investimentos com a finalidade de empregar recursos nos pequenos municípios do estado, além de proporcionar benefícios adicionais às indústrias que efetivamente tragam sustentabilidade.”
Fortalecimento da indústria em Mato Grosso do Sul
Jaime Verruck citou, durante a coletiva de imprensa, a política de fortalecimento dos núcleos industriais do estado. “Está em andamento a revitalização do complexo Indubrasil com importante investimento âncora da ADM – a maior indústria de proteína texturizada de soja da América Latina. O governo do Estado está aplicando recursos na melhoria da estrutura de saneamento e asfaltamento do local. Também retomamos o núcleo industrial de Dourados e estamos empregando 11 milhões de reais na estrutura desse complexo. É preciso mencionar outros investimentos em execução em Campo Grande e em pequenas cidades do estado, como Água Clara, com a inauguração, até o final do ano, da primeira empresa de MDF no município.”
Como uma das qualidades para a atração de investimentos no estado, Jaime Verruck mencionou a importância da capacitação de trabalhadores por intermédio do Instituto Senai de Inovação em Biomassa ante à perspectiva de instalação de 13 termelétricas. “MS terá, até meados desse ano, mais de 1 milhão de hectares plantados de eucalipto. Precisamos encontrar demanda para esse produto, que não é o eucalipto da celulose. Estamos focando na questão da implantação de termelétricas, da mesma maneira que o governo do Estado tem se empenhado na captação de novos investimentos no setor de bióleo a partir da celulose. A demanda mundial tem crescido muito e os Estados Unidos tem se despontado como grande comprador desse produto”, explicou.
Logística – Para o secretário da Semade, um dos pontos a ser observados com o propósito de assegurar maior desenvolvimento do estado é a melhoria da logística para o escoamento da produção de MS. “Estamos fazendo um esforço grande para que Mato Grosso do Sul seja competitivo na área da logística. É necessário realizar um esforço em conjunto para que haja, por exemplo, a continuidade da duplicação da BR 162, na duplicação da BR 262 e 267 que são rodovias federais, ou seja, não são prerrogativas do estado. Da mesma forma, há a preocupação com as hidrovias. Em meados de abril, foi assinado um tratado entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul para que caminhões bitrem transitem com as commodities agrícolas do estado entre Pedro Juan Caballero até o Porto de Concepción para dar competitividade aos nossos produtos.
Perspectivas do setor – Diante do panorama de retração da indústria no Brasil, que acumula queda de 11,7% no primeiro trimestre – a maior baixa desde 2009 segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3), o presidente da Federação das Indústrias de MS vê, entretanto, competitividade do setor no estado. “Mato Grosso do Sul desponta como um dos poucos estados que tem grandes investimentos. Apesar desse cenário em que a indústria nacional sofre um ataque, a luz do túnel começa a aparecer. É nessa linha de trabalho que nós procuramos, cada vez mais, defender as ações de fortalecimento da indústria e agroindústria, trabalhando sempre com essa equipe aqui presente, além das federações que nos apoiam.“
Sobre a atuação do governo do Estado em apoiar o setor industrial, Sérgio Longen ressaltou que Mato Grosso do Sul tem um dos melhores incentivos fiscais do Brasil. “Além disso, nosso estado está numa posição geográfica privilegiada com proximidade aos grandes centros, um agronegócio forte, com terras férteis e produtivas, ou seja, condições ideais de desenvolvimento. Não encontramos 35 bilhões de investimentos em nenhum outro estado – essa é a nossa diferença e por isso a nossa indústria até que vai bem.”
FCO – Para Evaldo Emiliano de Souza, superintendente do Banco do Brasil no estado, os investimentos na indústria via Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO Empresarial) corresponderam ao maior volume dos recursos aplicados no setor – 45% do total. “Através do FCO, foram gerados 41,6 mil empregos diretos e indiretos em MS. É preciso destacar que o estado também apresentou a menor taxa de inadimplência do FCO entre todos os estados da Federação: 0,3%. Isso proporciona mais oportunidades no momento da destinação dos recursos.”, concluiu.