As condições consideradas ideais para pulverização, como umidade relativa do ar de até 55%, ventos de no máximo cinco quilômetros por hora e temperatura abaixo de 30°, raramente são observadas no campo. Clima favorável ou não, em pastagens ou lavouras, a aplicação precisa ser feita. “Como não mudamos a natureza, o mais importante é observar o clima e saber qual o alvo que se quer atingir, se a folha, o caule ou a raiz, para que o produto seja direcionado e a ação seja eficaz”, explica o instrutor do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS, Zeno Fernandes.
As instruções sobre pulverização foram repassadas em uma das oficinas oferecidas pelo Senar/MS na Dinapec – Dinâmica Agropecuária, evento que tem como objetivo dar respostas tecnológicas aos produtores promovendo o intercâmbio de informações. O evento é realizado pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e pelo Sistema Famasul – Federação de Agricultura e Pecuária de MS.
A oficina, que durou 2 horas, tirou dúvidas de produtores rurais, acadêmicos e alunos de escolas técnicas do interior do Estado. Um dos participantes foi o Odevalde Almeida, produtor de mandioca da região de Jaraguari. Com o aumento da demanda nos últimos meses, ele agora pretende profissionalizar a sua produção e, por isso, foi em busca de conhecimento. “Até então fazia tudo manualmente, do preparo da terra, ao plantio e colheita. Como pretendo ampliar, vou investir em equipamentos e informações técnicas para pulverização, que encontrei aqui”, ressalta.
Outro assunto abordado durante a apresentação foi o preparo do produto antes da aplicação. De acordo com o instrutor, a dosagem precisa seguir a orientação oferecida no rótulo do herbicida. “A água para dissolver deve ser o mínimo possível. Assim como quando preparamos a tinta para pintar parede, se ela estiver muita líquida, vai escorrer pela parede. É o efeito guarda-chuva, o produto bate na folha e desliza, não atingindo o alvo”, ressalta Fernandes.
A estratégia para alcançar bons resultados é aplicar o sistema PDCC – Planejar, desenvolver, conferir e corrigir, quando é o caso. Para o especialista, quando a técnica é aplicada, os riscos diminuem e os prejuízos são quase zero. “Escolher o bico indicado para cada situação, fazer manutenção da máquina, regular a altura dos braços aplicadores, controlar dosagens de produtos, são detalhes que garantem que nenhum real será jogado fora”.
Para Fernandes, a correta utilização dos equipamentos deste sistema de pulverização gera economicidade ao setor. “Se o equipamento estiver bem regulado e o trabalhador respeitar as condições climáticas, conseguirá uma eficiência de 80%”, reforça.
O Senar/MS oferece o Curso de Regulagem e Utilização de Pulverizador Tratorizado, em que serão tratados estes e outros temas técnicos, de forma gratuita. Os interessados podem entrar em contato com o Sindicato Rural do seu município ou através do site www.senarms.org.br
Sobre a Dinapec 2016 – O evento tem a participação das Unidades da Embrapa – Agropecuária Oeste, Pantanal, Florestas, Pecuária Sudeste, Rondônia, Caprinos e Ovinos, Agroindústria de Alimentos, Gado de Leite e Gado de Corte, com parceria da Fundação MS, Unipasto, Iagro/MS, Famasul e Sistema S (Sesc, Sebrae e Senar).
FAMASUL