Bonito (MS) – A sexta e última edição da Rota do Desenvolvimento – Região Sudoeste – trouxe a Bonito, cidade-sede do evento, discussões sobre crescimento e sustentabilidade locais. Jaime Verruck, secretário da Semade, Ricardo Senna, secretário adjunto da pasta e Nelson Cintra, diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS conduziram o encontro Diálogos do Desenvolvimento Sustentável: Turismo e Meio Ambiente que aconteceu na última terça-feira (26), das 9 às 12 horas, no auditório do Centro de Convenções do município.
Com o intuito de fomentar essa discussão, Diálogos contou com a presença de prefeitos municipais, agentes de desenvolvimento, secretários de desenvolvimento econômico e de Meio Ambiente, presidentes de câmaras de vereadores, associações empresariais, sindicatos rurais, comerciais e industriais da região, além de ONGs ambientais.
Sob o ponto de vista da sustentabilidade, Jaime Verruck, secretário da Semade, ressaltou que quando há a avaliação estratégica das questões em torno das mudanças climáticas, é possível compreender que elas deverão permear praticamente todas as ações em torno da produtividade e competitividade do estado. “As nossas ações e projetos cotidianos que, muitas vezes, não temos nem dimensão do tamanho do impacto gerado, começam a ser analisadas de uma forma diferente. Cabe frisar que este é um momento também para que possamos identificar ideias inovadoras em relação a isso.”
Já Ricardo Senna, secretário adjunto da Semade, esclareceu que a Rota do Desenvolvimento foi um instrumento para levar a cada região percorrida de MS o debate de temas para que o governo do Estado pudesse identificar projetos portadores de futuro. “Assim fizemos também em Corumbá, por exemplo: um debate sobre a pesca, pois estamos interessados em fazer uma nova Lei. Ouvimos o trade turístico – pescadores, pesquisadores, ou seja, todos os atores envolvidos – para que pudéssemos buscar subsídios a fim de começar a elaboração de uma nova Lei de pesca que terá como parâmetros o desenvolvimento da região, mas direcionada aos aspectos da sustentabilidade, preservação e temas ambientais relevantes”, elucidou.
A respeito da situação específica da região de Bonito, Senna elencou três questões locais que precisam ser observadas. “Trata-se de um debate que nos chama muita atenção e aqui para a região Sudoeste, especialmente pela importância da cidade de Bonito, entendemos que temos três assuntos de grande relevância: turismo, inovação e especialmente sustentabilidade”, disse Ricardo Senna durante a abertura do encontro Diálogos do Desenvolvimento Sustentável.
Para Nelson Cintra, diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS, o debate sobre o desenvolvimento do setor está diretamente atrelado à proposta da Rota do Desenvolvimento. “A questão do turismo anteriormente era deixada em quarto plano, pois as prioridades eram saúde, educação, segurança. O nosso governo entendeu a importância do turismo para Mato Grosso do Sul e está neste momento ainda mais em evidência por conta da Rota do Desenvolvimento, uma iniciativa inédita do governador Reinaldo Azambuja, juntamente com o nosso secretário da Semade, Jaime Verruck e o secretário adjunto, Ricardo Senna”, destacou.
Mudanças climáticas e perspectivas para o desenvolvimento

Da esq. para dir.: Sérgio Besserman Vianna, palestrante especialista em mudanças climáticas, Jaime Verruck, secretário da Semade, Ricardo Senna, secretário adjunto da pasta e Nelson Cintra, diretor-presidente da Fundtur MS. Foto: Nolli Corrêa
Estudos mostram que a caminhada para a economia de baixo carbono no país significa maior geração de emprego e renda e crescimento do PIB – Produto Interno Bruto. Diante desse fato, Sérgio Besserman Vianna, presidente do Instituto de Urbanismo do RJ Pereira Passos e da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura do RJ, além de professor do Departamento de Economia e Engenharia Ambiental da PUC-Rio, foi convidado a palestrar sobre o tema que é de grande interesse ao Estado de Mato Grosso do Sul.
Desde 1992, Besserman Vianna estuda as consequências econômicas e sociais diante das mudanças climáticas no âmbito global. “O objetivo desse encontro, sem dúvida, é o de fortalecer o conhecimento sobre o impacto das mudanças climáticas, além de produzir mais conhecimento e internalizá-lo.”
No que se refere à produção de biomassa, Ricardo Senna salientou que Mato Grosso do Sul possui o segundo maior maciço florestal do país. “Temos 400 mil hectares plantados que ainda não tem destinação e que podemos usar para a geração de energia. Portanto, temos a oportunidade de pensar em um novo modelo de produção para o nosso estado”, citou antes da abertura do debate junto ao público presente no evento.
Jaime Verruck vislumbrou a dimensão dos projetos que têm o propósito de tornar MS o primeiro estado carbono neutro do país “Em breve iremos a Nova Iorque, a convite do Banco Mundial, para apresentar o Projeto Carbono Neutro. Percebemos o quanto o assunto interessa ao mundo. A questão da integração lavoura/pecuária/florestas, ou seja, agricultura de baixo carbono, é, sem dúvida, uma das prioridades para o governo do Estado”, concluiu.
Fotos: Nolli Corrêa