De acordo com Aurélio Pavinato, da SLC Agrícola, projeções para exportação em 2016 são favoráveis
A forte demanda da China por milho, associada a uma safra global menor, deve dar sustentação aos preços internacionais da commodity no próximo ano, na avaliação do diretor presidente da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato. “Ano que vem o preço do milho no mercado internacional deve ser maior que no spot”, disse, sem citar valores, durante evento da Apimec em São Paulo.
Pavinato explicou a investidores e acionistas que a demanda por milho vem crescendo ano a ano, mas que os preços vinham sendo pressionados por super ofertas nas safras 2013/2014 e 2014/2015. “Este ano a relação entre oferta e demanda entra em equilíbrio. A produção será boa nos Estados Unidos, no Brasil e na Argentina, mas a demanda não cai mais”, disse o executivo.
De acordo com dados apresentados durante o evento, enquanto a produção global de milho no ciclo 2014/2015 foi de aproximadamente 1 bilhão de toneladas, em 2015/2016 deve cair para pouco mais de 950 milhões de toneladas, no mesmo patamar da demanda pelo produto.
Ele lembrou que, mesmo aumentando sua produção de milho de 130 milhões para 220 milhões de toneladas nos últimos anos, a China ainda precisa importar milho, já que usa o grão com a soja na produção de ração animal. E, de acordo com projeções divulgadas pela empresa, o consumo per capita de proteína animal na China continuará crescendo na próxima década. Se hoje uma pessoa come, em média, 60 quilos de carne por ano na China, a projeção é de que, em 2025, o consumo aumente para 73 por pessoa, por ano. Na avaliação do executivo, o Brasil é um dos países agrícolas com melhores condições para atender essa demanda.
Com relação à soja, Pavinato comentou que analistas de diversas consultorias vêm mantendo as previsões para os preços internacionais da commodity, no ano que vem, entre US$ 8 e US$ 9 por bushel. Esta situação, segundo o diretor presidente da SLC Agrícola, desestimula a abertura de novas áreas agrícolas, que demanda mais investimentos que a produção em áreas já abertas. “Com US$ 8 por bushel, ninguém expande (área plantada). O Brasil só expandiu porque o dólar se valorizou (em relação ao real) e compensou (os baixos preços pagos pela soja). A Argentina reduziu a área de soja e milho, porque os produtores de lá estão com margens ruins. Os dos Estados Unidos também. Cedo ou tarde o mercado vai ter que ajustar os preços para estimular o produtor a plantar mais”, disse.