Depois de importarem no primeiro semestre deste ano bezerras sul-mato-grossenses por preços recordes, que chegam a 74% acima do valor de mercado, criadores nordestinos criam a segunda demanda e, encomendam a segunda remessa para o mês de outubro, com a finalidade de desenvolver a base genética do rebanho da região de Itabuna (BA), em prol de maior produtividade. As bezerras da região de Figueirão (MS) viajaram mais de três mil quilômetros até Itabuna e chamam a atenção pelo potencial de ganho de peso, que pode impactar na rentabilidade do pecuarista baiano.
Aos oito meses de idade essas bezerras de MS atingem cerca de 80 quilos a mais que as da Bahia, isso devido a um manejo que inclui na alimentação dos animais, além da pastagem, uma ração capaz de desenvolver mais precocemente o rúmen das bezerras. “Esse manejo favorece o ganho de peso, deixando as bezerras com cerca de 300 quios ao desmame e, estimula a valorização”, destaca o pecuarista de Figueirão, Rubens Catenacci.
Enquanto as bezerras baianas custavam em torno de R$ 1.100,00, Catenacci encaminhou animais de MS ao Nordeste e as comercializou por R$ 1.920,00, valor recorde, ainda não praticado com o rebanho da região. “Nossa intenção é dividir o trabalho que realizamos com criadores de outros estados. Já fizemos com estados da região Norte e estamos enviando pela segunda vez neste ano animais para Bahia. Com isso, já na primeira cria, os pecuaristas sentirão o impacto no bolso, de um animal geneticamente diferenciado”, pontua Catenacci, que comercializou animais para região de Boa Vista (RR), Macarani (BA) e neste fim de semana enviará animais para Itabuna (BA). “Unindo esta genética, com o manejo ideal e nutrição adequada, poderão alavancar em curto prazo a agropecuária nordestina”, enfatiza.
Para o administrador da Fazenda 3R, Rogério Rosalin, a valorização desses animais está ligada também às características físicas, que são facilmente transferidas à progênie. “São animais jovens de porte médio, comprimento de lombo extraordinário, carcaça em medidas acima da média, com excelente caracterização racial. E o mais importante, são precoces em fertilidade, peso e acabamento”, finaliza Rosalin.
Diego Silva (Rica Comunicação)