Campo Grande (MS) – Ao mesmo tempo em que o País fecha um acordo para zerar a emissão de gases de efeito estufa até 2100, quando da visita da Chanceler Alemã Angela Merkel ao Brasil, o Governo do Estado e dezoito instituições ligadas ao setor produtivo formam o grupo gestor do Plano de Agricultura de baixa emissão de carbono do Plano ABC, em Mato Grosso do Sul, buscando o alinhamento de ações a política nacional.
Vinculado a Secretaria de Estado da Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), o grupo trabalhará pelo alinhamento das ações em torno do plano setorial de mitigação e de adaptação as mudanças climáticas para consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura.
Balisador dos trabalhos do grupo (que é consultivo), o plano – lançado a partir da COP-15, 15ª edição da Conferência das Partes, realizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em 2009, em Copenhague (Dinamarca), quando o governo brasileiro assumiu o compromisso voluntário de redução das emissões até 2020 – chega com sua logica de implementação invertida, ao passo que busca primeiro captar a visão do Estado, para num segundo momento, acoplar suas ações ao Plano Nacional. “Quem melhor enxerga as necessidades e oportunidades do Estado são os atores locais. A partir de um plano feito aqui é que acontecerá o alinhamento das necessidades do Estado a uma métrica nacional”, explicou Elvison Nunes Ramos, fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e coordenador de implementação nacional do plano.
Elvison destaca que as tecnologias que o plano busca implementar são atraentes para o produtor. “Falamos aqui de tecnologias que agregam renda para o produtor, que vai enxergar vantagens reais e vai aderir”, destaca.
Segundo ele, as ações vão acontecer tendo o Governo do Estado à frente do processo. “A ideia é que o Estado monte seu plano, defina suas áreas prioritárias, a quantidade de produtores que ele precisa capacitar, as regiões onde ele deve implementar cada ação e comece assim a ter o comando dessa politica publica, para que mato Grosso do Sul tenha os seus dividendos, que seriam uma maior produtividade, ampliação da renda no campo e consequentemente a melhoria da qualidade de vida da população”, pontua.
Preparando-se para a 21ª Conferência do Clima (COP-21), hoje, 18 Estados já tem seu plano elaborado, e outros quatro, incluindo Mato Grosso do Sul estão em fase de elaboração. A (COP 21) será realizada em dezembro de 2015, em Paris, e terá como principal objetivo costurar um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em consequência limitando o aumento da temperatura global em 2ºC até 2100.
Kelly Ventorim – Sepaf