Campo Grande (MS) – Destacada como sendo fundamental para a realização de qualquer projeto que vise atender o agricultor familiar, a participação das Prefeituras tem sido fundamental para obtenção de informações sobre os gargalos e falhas dos programas sociais, e a descoberta de caminhos que levem a solução destes problemas, como aconteceu na reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (Cedrs), na ultima sexta-feira, onde o Secretario de Agricultura e do Desenvolvimento Rural da Prefeitura de Rio Brilhante, Natal Marchioro, relatou algumas das dificuldades encontradas e as medidas que estão sendo tomadas visando superá-las.
Segundo Natal, grande parte dos agricultores familiares daquele município, estão em assentamentos, e a dificuldade de inseri-los em novos programas de financiamento se dá, hoje, por que, lá trás, no inicio de suas atividades, eles não receberam orientação adequada sobre o que plantar, não souberam respeitar suas vocações e acabaram escolhendo culturas que não foram desenvolvidas corretamente, não renderam o esperado e consequentemente os negativaram junto as instituições financeiras. “Eles chegam querendo trabalhar, produzir e, acabam escolhendo a cultura errada para o seu lote. Essa escolha errada culminou no endividamento de muitos agricultores e na inviabilização para serem inseridos em outros programas”.
Outra situação que dificulta o trabalho de inserção de produtores nos programas disponíveis é a grande quantidade de transferências, não documentadas, de lotes. “Muitos estão, há anos, sem poder participar de nada por que adquiriram a propriedade de outro e não tem documentação regular”. Segundo Natal, a regulamentação pode devolvê-los ao sistema e ao mesmo tempo reduzir o numero de famílias que estão vendendo seus lotes e deixando os assentamentos.
A falta de integração entre as politicas publicas existentes nas três esferas, já debatida em reunião anterior do conselho estadual, também foi destacada por Natal como agravante na situação dos assentados. Segundo nos conta, o prazo entre a inserção de um programa e outro é muito longo o que, prejudica a produção e acaba por desanimar o agricultor.
Segundo o Secretario, a forma encontrada para buscar solução para esses problemas foram as parcerias com as instituições, como mantem com a Agraer e o Incra - por exemplo - a participação efetiva no Conselho Estadual e nas diversas discussões que buscam melhorias para a vida do agricultor familiar.
Respeitar os critérios na hora da formação do conselho municipal foi destacado por Natal como fundamental para a realização de um bom trabalho. “O cuidado em convidar as pessoas que realmente trabalham pelo interesse coletivo, faz toda diferença e nisso nós caprichamos”. Completou.
Sobre o projeto ‘Distrito Verde’, colocado em pauta no inicio da reunião, Natal fez questão de falar sobre a boa impressão ao observar que o Governo do Estado está empenhado em suprir a demanda de hortifrutigranjeiros do Estado através de um trabalho voltado especificamente para o agricultor familiar, e que as discussões acontecerão através do Conselho Estadual no qual as prefeituras têm portas abertas.
“Essa ideia do Governo do Estado de descentralizar a produção é excelente, pois, pode resolver alguns problemas do produtor, pode amenizar nossa demanda de abastecimento e ainda diminuir o preço para o consumidor final. Todos ganham”. Destacou o Secretário que finalizou comentando sua boa impressão sobre a decisão do Governo do Estado de dar continuidade aos programas que estavam em andamento, evitando assim prejuízos e retrocesso.
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