Os Drones contra as pragas são uma delas
“A avenida de tecnologia e de bioeficiência ainda vai crescer muito no Brasil. A enormidade de dados, o poder computacional e o monitoramento 24 horas ajudarão a aumentar a produção”, disse Roger Ingold, presidente da Accenture, uma empresa que oferece consultoria de gestão e serviços de tecnologia.
Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil, compartilha do mesmo ponto de Ingold. Segundo ele, a biotecnologia para o agronegócio avançou muito e as empresas não estão tirando todo o potencial do que já existe.
“Não devemos fazer tecnologia pela tecnologia. Precisamos gerenciar o que já temos para aumentar a produção agrícola”, acrescenta Herrmann.
Mas quais são essas tecnologias? Quem respondeu essa pergunta, durante o evento, foram startups brasileiras, que estão oferecendo produtos e serviços que facilitam o trabalho de agricultores e proprietários de agronegócios.
Rastreamento de carne
Uma das startups que se apresentaram foi a Safe Trace. Com o lema “do pasto ao prato”, a companhia criou um aplicativo de rastreabilidade de carne.
O rastreamento é feito desde a identificação do boi na fazenda, quando ele recebe um brinco eletrônico. Depois disso, quando o animal atinge os sete meses, um chip é colocado nele. Desse modo, o histórico genético, sanitário e de manejo dos animais é armazenado e atualizado por um software.
Após o abatimento, a carne do boi recebe um selo da empresa e um código de barra. “Com o selo da Safe Trace e o código, o consumidor tem acesso total a todo o processo que a carne passou”, contou Vasco Picchi, sócio fundador da Safe Trace.
Segundo Picchi, a vantagem de utilizar o software é que a produção fica mais eficiente e o cliente sente-se mais seguro.
Tablet amigável
Outra startup que utiliza um software próprio é a Strider. O produto oferecido pela empresa é, basicamente, um tablet com um programa que pode ser usado em modo offline. Com ele, o produtor pode manejar pragas, controlar aplicações e monitorar indicadores de fertilidade e umidade.
“Nós queremos ser a peça que falta no ecossistema do agronegócio, que é a tecnologia da informação”, disse Luiz Tângari, fundador e presidente da Strider.
Segundo Tângari, existem quatro fatores que tornam a tecnologia de sua empresa importante: ela é barata e focada na segunda geração de agricultores. “Os nossos aplicativos são voltados para os filhos dos produtores, que serão os donos das fazendas no futuro. Por isso, nossa plataforma é amigável e parecida com o WhatsApp e o Facebook.”
Drones contra as pragas
O rastreamento de áreas agrícolas é o foco da XMobots, uma startup especializada no desenvolvimento, fabricação e operações de drones. De acordo com Giovani Amianti, fundador e presidente da empresa, o foco da XMobots é na agricultura de precisão.
“Com os nossos produtos, o agricultor consegue saber mais sobre a topografia de suas terras, as linhas de plantio e também detectar pragas e fazer a contagem do gado”, disse. Ele ainda conta que é possível fazer o controle do desmatamento em áreas de preservação.
Os veículos da XMobots já têm certificado da ANAC e prestam seus serviços para empresas de agronomia e grandes cooperativas. “A nossa ideia é internacionalizar a empresa e abrir o capital em 2016 ou 2017”, finalizou Amianti.
Agentes biológicos
A BUG aposta no mercado da biotecnologia para ajudar no desenvolvimento do agronegócio brasileiro. A empresa foi criada em 2001 e produz agentes, como vespas, ovos e parasitoides para o controle biológico de pragas.
De acordo com Alexandre Pinto, sócio da BUG, o controle biológico é vantajoso para as empresas, pois visa a sustentabilidade. Com o uso de agentes, o agricultor não precisa utilizar inseticidas, o que diminui as chances de poluição do ecossistema e intoxicação de funcionários.
As vespas e outras pragas são criados nos laboratórios da startup. Mas também são introduzidos insetos selvagens na criação, para que a variabilidade genética aumente e que as populações de pragas sejam mais eficazes.
Plataforma online
Totalmente voltada para o agronegócio, a Osalim é um site para realização de negócios. A partir da plataforma, agricultores e clientes promovem a compra e a venda de grãos de consumo, sementes e insumos agrícolas.
Segundo Antônio Carlos Bentin, sócio fundador da Osalim, as negociações e as transações comerciais são extremamente seguras. Até agora, quatro empresas utilizam a plataforma online.
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