Caso da fazenda Santa Ofélia será apresentando no evento
Localizada em Selvíria, à margem do rio Paraná, a fazenda Santa Ofélia é, o que pode se dizer, um local abençoado por Deus e bonito por natureza, como diz a música de Jorge Ben Jor. A propriedade do criador Sérgio Arantes é hoje referência nacional no quesito pastagens irrigadas. Mas este sucesso está mais associado ao perfil empreendedor do produtor do que apenas à localização privilegiada.
Arantes falará sobre as dificuldades, o sucesso e o futuro da Fazenda Santa Ofélia durante o Confinar 2016 – um dos principais eventos sobre pecuária de corte do país. Em sua quinta edição serão abordados temas relacionados ao atual cenário econômico e as mais recentes tecnologias aplicadas à pecuária de corte, que acontecerá nos dias 31 de maio e 1º de junho no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, promovido pela Beef Tec.
“Temos toda facilidade de energia, água, clima, solo, estrada e reposição de animais”, reconhece Arantes, destacando seu papel no desenvolvimento do seu negócio. “Começamos a fazer um estudo com consultor para levantarmos a possibilidade da implantação do primeiro pivot com produção de 100 arrobas por hectare ao ano. Com a instalação do pivot, que representa 9% da área útil da fazenda, é possível produzir o mesmo ou mais arroba por hectare do que o restante da fazenda”.
O produtor conseguiu atingir uma marca de produtividade muito alta, mas acrescenta que o sucesso veio gradativamente. “Passamos por várias etapas: no início não conseguimos aquele número de 100 arrobas por hectare ao ano. Os primeiros resultados foram por volta de 70 arrobas por hectare ao ano, mas ano a ano fomos melhorando e procurando observar os detalhes para atingirmos nosso objetivo”, comenta. Sobre a pastagens irrigadas, ele destaca também que o projeto tem o potencial de 10 a 20 vezes mais do que a média nacional.
Para o produtor, o ponto chave foi acertar a gramínea. “Em Selvíria, o solo é muito argiloso e tem uma capacidade de retenção de água maior, com isso a gramínea também teve que ser substituída por tangola, tifton e estrela africana”, recomenda Arantes que cita que uma das maiores dificuldades é ajustar a capacidade de suporte com a taxa de lotação visando o maior desempenho do animal.
Durante sua palestra, no Confinar 2016, Arantes mostrará como aliar a sustentabilidade da alta produtividade. “Temos hoje 211 hectares irrigados podendo chegar a mais de 800 hectares. O desafio é manter uma renda liquida entre 18 a 22% ao ano equivalente a R$ 6.908 por hectare útil ao ano e uma produtividade de 269 arrobas por hectare útil por ano e de chegar ao final de 10 anos com o projeto totalmente implantado .
Diante do atual cenário econômico, com preocupações em todos os setores, o maior desafio da para 2016 é manter os atuais índices. ” É nos anos de crise que procuramos as melhores alternativas. Montamos um projeto de longo prazo do potencial máximo da fazenda.Para atingirmos o nosso objetivo, vamos desenvolver este projeto com tecnologia de ponta, consultores especializados em cada setor e também com trocas de conhecimento com colegas que fazem a diferença na pecuária brasileira”.
Ana Brito