SÃO PAULO (Reuters) – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou nesta quinta-feira sua previsão para a safra 2015/16 de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil para 603,7 milhões de toneladas, ante 593,96 milhões de toneladas previstos em agosto, mas a concentração de açúcares na matéria-prima foi reduzida pelo clima chuvoso, limitando a produção de açúcar e etanol.
A taxa de açúcar total recuperável (ATR) foi estimada em 131,6 kg por tonelada de cana no centro-sul, uma queda de 2,9 por cento ante o relatório anterior.
“Apesar do aumento na produção de cana-de-açúcar em São Paulo (principal Estado produtor), o ATR estimado para esta safra é menor do que o da safra anterior, o que acarreta numa menor produção de subprodutos”, destacou a Conab, em relatório.
Nesse contexto, a estimativa de volume de cana destinada à produção de açúcar caiu 3,4 por cento de um relatório para outro, mas a produção efetiva de açúcar caiu quase 7 por cento, vista atualmente em 31,33 milhões de toneladas na temporada 2015/16.
A Conab estimou também que mais cana está sendo direcionada à produção de etanol, com elevação de 5,5 por cento ante a previsão de agosto. Mesmo assim, a estimativa de produção de etanol no centro-sul subiu apenas 3,3 por cento, vista agora em 27,09 bilhões de litros na temporada.
“Chuvas de primavera acabam sendo mais um agravante para uma temporada que já sofreu com precipitações acima do normal, com o fenômeno climático El Niño, que vem atuando fortemente e resultando em mais umidade às regiões produtoras”, destacou a Conab em seu relatório, na seção que analisa a situação das lavouras de São Paulo.
BRASIL
Para a produção brasileira, incluindo as áreas produtivas do Nordeste, a Conab estimou colheita de cana de 658,7 milhões de toneladas em 2015/16, ante 655,16 milhões do relatório de agosto.
O país deverá encerrar a temporada com produção de etanol de 29,21 bilhões de litros, antes 28,52 bilhões da previsão anterior.
Já na produção de açúcar, a estimativa para a safra nacional é de 34,61 milhões de toneladas, ante 37,28 milhões vistos anteriormente.
(Por Gustavo Bonato) REUTERS