Campo Grande (MS) – Está lançada a colheita da segunda safra do milho em Mato Grosso do Sul, com volume previsto de produção de pouco menos de 7 milhões de toneladas. O ato aconteceu na manhã desta segunda-feira (25), na Fazenda Campo Grande, em Jaraguari, com as presenças de técnicos, produtores e autoridades. O superintendente de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar, Rogério Beretta, manifestou em nome do governo do Estado a satisfação pelo desempenho do setor agrícola, que vem experimentando produções recordes graças ao aporte de tecnologia, pesquisas e novas técnicas agrícolas.
Problemas relacionados ao excesso e também falta de chuvas em momentos diferentes do desenvolvimento da cultura provocaram perdas em regiões de alta produção, sobretudo nos municípios do Sul do Estado. Com isso o milho saiu de uma produtividade excelente na safra passada que atingiu 88,3 sacas por hectares para 68 sacas/ha nesta safra. “Mesmo assim, está muito acima das 40, 50 sacas por hectares que a gente colhia há pouco tempo atrás”, pontuou o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Juliano Schmaedecke.
Na safra passada, Mato Grosso do Sul colheu 9,8 milhões de toneladas de milho na segunda safra, em área de 1,852 milhão de hectares. Nesta safra a área plantada caiu para 1,7 milhão de hectares (8,21% menor), o que aliado aos problemas com o clima devem resultar numa safra de 6,936 milhões de toneladas, redução de 29,31% no volume total colhido. Os dados são do SIGA (Sistema de Informações Geográficas), serviço disponibilizado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, em parceria com a Aprosoja e o Sistema Famasul.
Problemas pontuais
O superintendente Rogério Beretta salientou que, em casos pontuais, as perdas na lavoura de milho foram maiores devido ao atraso no plantio. “Aquele produtor que por algum motivo tenha atrasado a colheita da soja e, com isso, atrasado o plantio do milho, nesses casos o prejuízo foi maior”. Isso ocorreu sobretudo no Sul do Estado onde as chuvas de janeiro atrapalharam a retirada da soja, obrigando o produtor a plantar o milho mais tarde, após a segunda quinzena de fevereiro e até início de março. Nesses casos a cultura foi castigada com a estiagem no momento em que a planta estava desenvolvendo os grãos, resultando em fortes perdas.
Nos municípios das regiões Central e Norte o desempenho do milho de segunda safra foi considerado muito bom. “Nesta fazenda (Campo Grande, onde aconteceu o lançamento da colheita) a média de produtividade é de 130 sacas por hectares, muito acima da média do ano passado”, exemplificou Beretta.
O presidente da Aprosoja argumenta que o produtor sempre espera uma excelente colheita. “Porém pela vivência, a gente já sabe que é muito difícil repetir dois, três anos bons na agricultura”. Ele destacou, entretanto, os avanços tecnológicos introduzidos por programas e projetos do governo do Estado, como a expansão da rede de estações meteorológicas, estudos de pedologia do solo (que permite ao agricultor investir com muito mais segurança), e o próprio Sistema de Informações do Projeto SIGA. “Demonstram uma visão de futuro do governo para o desenvolvimento do Estado”, completou Schmaedecke.
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