Campo Grande (MS) – Mato Grosso do Sul já conta com duas usinas de etanol certificadas para o Renovabio, programa do Ministério das Minas e Energia que reafirma o papel estratégico dos biocombustíveis (como o etanol e o biodiesel) na matriz de energia nacional, tanto para a segurança energética do país, quanto para o cumprimento das metas nacionais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa acordadas na COP 21.
A notícia foi dada nesta terça-feira (11) pelo presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, ao secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
Na avaliação do titular da Semagro, “a certificação dessas usinas para o Renovabio abre novas perspectivas para a economia do Estado e demonstra o êxito do modelo de produção sustentável fomentado pelo Governo do Estado. Quanto maior forem os elementos de produção sustentável na usina, maior é a capacidade de gerar CBIO (Créditos de Descarbonização. Desmatamento zero na área de produção, por exemplo, é requisito de corte para a certificação no Renovabio”.
De acordo com o presidente da Biosul, duas unidades do grupo Atvos, Santa Luzia e Eldorado, localizadas nos municípios de Nova Alvorada do Sul e Rio Brilhante, em Mato Grosso do Sul, foram certificadas no RenovaBio. A aprovação é feita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com a certificação das duas unidades sul-mato-grossenses, elas já podem gerar os Créditos de Descarbonização, chamados de CBIOs. “A entrada no mercado de CBIOs traz um reflexo imediato, pois com a produção sustentável você fica mais eficiente, mais barato, mais competitivo. No médio prazo, a perspectiva é de uma redução de custo na produção de etanol”, comenta Roberto Hollanda.
As usinas Santa Luzia e Eldorado foram as primeiras do Estado a encerrarem as etapas de certificação do Renovabio. De acordo com a ANP, atingiram as Notas de Eficiência Energético-ambiental para hidratado e anidro de 60,10 e 60,30 (gCO2eq/MJ) e 58,80 e 59,10 (gCO2eq/MJ), respectivamente. O volume elegível foi de 99,43% e 95,33% para cada unidade.
De acordo com a Biosul, outras dezesseis usinas produtoras de etanol a partir da cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul continuam no processo para aderir ao RenovaBio. Importante lembrar as unidades passam por um processo exigente de levantamento de informações nas áreas agrícola, industrial e de distribuição. Com a certificação, são reconhecidas pelo baixo impacto ambiental e passam a gerar os créditos de descarbonização para comercialização no mercado financeiro.
Mato Grosso do Sul, que na última safra ocupou a terceira posição entre os Estados produtores de etanol no País, destina mais de 80% da cana-de-açúcar para a produção de etanol. Na safra em andamento, o Estado já produziu 3,1 bilhões de litros (até 15 de janeiro) do biocombustível. Volume 1,45% maior que no mesmo período do ciclo passado.
Com a efetivação do RenovaBio, a expectativa do programa é que a produção brasileira de etanol dobre até 2030.
Com informações da Biosul.