Campo Grande (MS) – Investimentos em plataformas digitais refletiram no número de processos de abertura de empresas em Mato Grosso do Sul. Segundo o presidente da Junta Comercial do Estado (Jucems), Augusto César Ferreira de Castro, um dos principais gargalos na expansão dos empreendimentos, a burocracia, está sendo removido com ações estratégicas e os indicadores mostram o quanto a política de indução ao desenvolvimento do Governo do Estado tem contribuído para o crescimento do número de empresas.
“Começar um negócio, definitivamente, nunca foi um processo simples, mas hoje podemos garantir que em Mato Grosso do Sul a burocracia e o tempo de espera pela documentação não são obstáculos”, diz o presidente da Junta Comercial. Hoje o tempo médio de abertura de novas empresas é de 7 horas. A meta é reduzir para 5 horas. Nos dois casos, era uma condição que há uma década era impossível imaginar.
“Desde 2018 estamos aperfeiçoando os serviços da Junta, investindo na capacitação de servidores e ferramentas tecnológicas para facilitar o processo de abertura de empresas. Conseguimos diminuir em muito o tempo para a legalização de firmas nos diversos ramos de atividade e isso, naturalmente, reflete no desempenho da economia”, destaca o presidente da Jucems.
De acordo com os últimos levantamentos, entre janeiro e setembro de 2021, 7.130 novas empresas foram constituídas. Considerando a sazonalidade e as empresas que devem concluir a formalização de encerramento das atividades, a expectativa é de confirmação do saldo de 4.839 novas empresas no Estado. “Devemos superar a meta em 17%”, diz o presidente da Junta, observando que esse era um indicador inimaginável nesse momento em que “estamos recém saindo de uma pandemia de quase dois anos”.
Das 7.130 empresas abertas no ano passado, 4.600 são do setor de serviços, seguido pelo comércio e indústria, com 2.212 e 321 negócios iniciados, respectivamente.
O presidente da Jucems destaca que, além do ambiente de confiança, três fatores devem ser observados nesse cenário positivo.
“Mato Grosso do Sul tem uma economia forte, ancorada no agronegócio, indústria e turismo, setores que movimentam os elos das cadeias produtivas e do setor de serviços. Por trás de uma economia dinâmica há, sem dúvida, um ambiente de confiança, uma gestão indutora e solidez fiscal”, diz Augusto César, lembrando que a expansão do setor empresarial se dá tanto em quantidade quanto em qualidade.
A diversificação da economia, na opinião do presidente da Jucems, contribui para o desenvolvimento de todas as cadeias produtivas e setor de serviços. Isso estimula o ciclo de crescimento, refletindo no aumento de empregos, do consumo, da arrecadação e dos investimentos públicos.
Jucems Digital
A automatização do sistema de abertura de empresas simplificou e deu agilidade ao processo. “Em 2020 e 2021 não paramos, mesmo na pandemia. Temos uma média de 80 servidores que contribuíram efetivamente com o sistema de análise documental para que os processos não parassem”, diz o presidente da Junta.
As metas para 2022 já estão colocadas e devem dar mais ritmo ao crescimento econômico. Fazem parte da carteira de projetos da Junta a atualização do parque tecnológico, redimensionamento do ambiente de trabalho, adoção de novas ferramentas que permitam agilizar o atendimento e a redução do tempo para conclusão do processo de abertura de empresas, sem perder de foco “o cumprimento das obrigações em relação às inscrições tributárias e licenciamentos.
De acordo com o presidente da Jucems, é evidente que as condições para aperfeiçoar o atendimento e eliminar os entraves da burocracia dependem do ambiente de confiança e o processo se completa com a integração dos sistemas estadual e federal.
“Sempre digo que em um ambiente de negócios duvidoso, o empreendedor recua quanto à decisão de abrir ou ampliar sua empresa, e é atribuição das esferas de governo federal, estadual e municipal, oferecer um ambiente de negócios positivo, em que a economia seja consistente, tenha um leque de opções de atuação nos segmentos empresariais, seja na área do comércio e da indústria ou no setor de serviços. Toda empresa desencadeia outras atividades e a economia se completa”.
Texto: Edmir Conceição, Subcom