Campo Grande (MS) – Com uma safra de 3,27 bilhões de litros, Mato Grosso do Sul subiu uma posição e passa a ser o terceiro maior produtor de etanol do país (atrás apenas de São Paulo e Goiás). O volume produzido nesta safra está 24,5% acima do registrado na safra 2017/2018, conforme mostra relatório da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul).
Nesta terça-feira (23), diretores da Biosul se reuniram com o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), para apresentar o balanço da safra e as perspectivas do setor para os próximos anos. “Solicitamos essa reunião com a Biosul para que eles apresentassem um panorama dos dados da produção agrícola, produção industrial, da exportação. Enfim, pra gente saber qual é a situação do setor no Estado e quais são as perspectivas, o que o Estado, falando em políticas públicas, pode desenvolver para que o setor tenha um crescimento”, disse Jaime.
“O setor sucroenergético tem importância, tanto do ponto de vista da produção agrícola, quanto do ponto de vista da produção industrial. É uma cadeia estratégica para Mato Grosso do Sul e, segundo a própria Biosul, tem capacidade de 60 milhões de toneladas. Portanto, dentro da política de desenvolvimento, é uma cadeia produtiva estratégica, seja na produção de etanol, açúcar ou energia. O nosso primeiro trabalho é ver como a gente consegue aumentar a produção da atividade de cana do Estado e usar essa capacidade ociosa”, continuou.
O presidente executivo da Biosul, Roberto Hollanda Filho, disse que, “apesar das dificuldades nos últimos anos, o setor se recuperou em termos de produção e tem investido cada vez mais em estudos e projetos de expansão”. A safra bateu 49,5 milhões de toneladas de cana, representando aumento de 5,4% em relação à safra passada. Com foco no etanol, houve redução de 36,5% na produção de açúcar, ainda assim o volume produzido é expressivo: 947 mil toneladas.
O Estado tem 19 usinas em operação, sendo que todas produzem etanol e 10 produzem açúcar. Essas usinas estão localizadas na região Centro-Sul do Estado, com exceção de cinco com endereços na Costa Leste e Região Norte. As 19 plantas geram bioeletricidade a partir da queima do bagaço e 12 exportam parte da produção. “É a maior geração de energia renovável do Estado”, ponderou Jaime.
Com presença cada vez mais significativa no campo, a cana-de-açúcar ocupou área de 716.833 hectares nessa safra (um quarto da área da soja, por exemplo). As lavouras se espalham por 39 municípios, mas está fortemente concentrada no Sul e Sudeste: 78% do total. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) adaptados pela Biosul, o setor sucroenergético é responsável pela geração de 32.191 mil empregos em Mato Grosso do Sul.
Também acompanharam Hollanda, os diretores Paulo Aurélio Vasconcelos (Recursos Humanos, Fiscal e Jurídico) e Érico Paredes (Financeiro e Meio Ambiente). Da Semagro, estavam presentes os superintendentes Rogério Beretta (Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar) e Bruno Gouveia (Indústria, Comércio e Serviços).