Campo Grande (MS) – Com irrigação e muito trabalho, família de agricultores indígenas da aldeia Lagoinha, município de Sidrolândia, colhe quatro variedades de leguminosas e estabelece renda de R$ 5 mil mensais.
Os trabalhos no sítio são encabeçados pelo jovem indígena Josimar Gabriel que desde novembro optou por diversificar a produção. “Meu pai sempre trabalhou com mandioca e feijão e minha experiência vem dele. Mas, por muitas vezes, o vi perder produtos por não ter onde vender e é isso que desanima muitas famílias de agricultores. Foi por isso e por orientação de técnicos da Agraer que eu resolvi diversificar no plantio”.
Em uma área de 1,5 hectares são cultivados o maxixe, quiabo, pepino japonês e abobrinha. Um sistema de gotejamento foi implantado na propriedade para trazer melhores resultados na colheita, que segundo Josimar já são bem satisfatórios. “Estamos em época de colheita e chegamos a comercializar 25 caixas plásticas de verduras por semana, sendo que cada uma delas chega a sair com 25 quilos em verdura”, afirma o rapaz.
Contabilizando o peso e a quantia das caixas mais a frequência de entrega das verduras, oito, o sítio chega a produzir em média cinco toneladas. “A gente está tendo uma boa colheita. Somos três pessoas no campo e uma no financeiro. Investimos em irrigação com caixa d’água, três mil metros de cano de gotejamento, além de insumos e outras necessidades. Sem contar, no atendimento que já foi oferecido pela Agraer”, explica Josimar.
Mas, apesar dos bons resultados ainda se tem muito trabalho a fazer e para isso a família busca o apoio da Agraer. “A gente ainda faz a venda por meio de atravessador. Nossos alimentos são comercializados em Sidrolândia, em feiras de Campo Grande e na Ceasa. A gente depende muito do atravessador para fazer a venda e quando ele não aparece o produto fica parado. Isso não é bom”, diz.
A pretensão, agora, é conseguir autonomia através da aquisição de um veículo e da comercialização no Cecaf – Centro de Comercialização da Agricultura Familiar, espaço da Ceasa dedicado à agricultura familiar. “Estivemos com o diretor-presidente da Agraer [Enelvo Felini] para conversamos sobre o nosso trabalho. Temos o interesse de ocupar uma pedra na Ceasa, mas, precisamos de um caminhão do tipo F4000 para que seja feito o transporte”.
Enquanto não conquista a chave do veículo, a família indígena segue com o trabalho rural. “A gente gosta do que faz e segue trabalhando duro para o sustento da família. Já temos um bom trabalho e a nossa meta é apenas melhorar”, garante o jovem.
A reunião com o diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini, foi promovida, na manhã desta sexta-feira (3), no gabinete da Agraer, no Parque dos Poderes , e contou com a presença do agricultor Josimar, o vereador Otacir Pereira e o coordenador de Assuntos Indígenas, Sebastião Mendes.
Texto: Aline Lira