A conexão entre saberes tradicionais e tecnologias modernas ganhou força em Dourados com a realização da Trilha de Inovação – Projeto Arandu Roky, na sexta-feira (16). A Escola Municipal Indígena Tengatuí Marangatu, localizada na Aldeia Jaguapiru, foi o cenário de uma maratona inédita no país: uma jornada de inovação social protagonizada por estudantes indígenas comprometidos com soluções para os desafios de suas comunidades.
O evento foi promovido pelo Ecossistema de Inovação de Dourados, com apoio do Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundect e da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). “Arandu Roky”, que em guarani significa “nascendo ideias”, “é mais do que um nome. É a essência de um movimento que une juventude, ancestralidade e ação social”, comenta o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, Ricardo Senna.
A trilha teve como foco o desafio de “levar água a todas as torneiras” nas aldeias Jaguapiru e Bororó. Estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental e do ensino médio formaram 10 equipes e, com o apoio de mentores, desenvolveram soluções criativas e sustentáveis ao longo do dia. A programação contou com apresentações culturais, oficinas, mentoria, mostra de projetos do Ecossistema de Inovação de Dourados e uma etapa final de avaliação e premiação das melhores propostas.
Para o secretário-executivo Ricardo Senna, a iniciativa representa um marco na inclusão e valorização de saberes tradicionais em processos contemporâneos de inovação. “É a primeira vez que se faz uma maratona de inovação dentro de uma comunidade indígena no Brasil. Temos muito orgulho desse pioneirismo, que fortalece a governança do ecossistema local e promove a ciência como ferramenta de transformação social”, afirmou.
A professora Jane Mendonça, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), destacou o protagonismo indígena na construção das soluções. “É mais do que uma maratona. É um movimento que fortalece a cultura, o conhecimento e o protagonismo dos jovens indígenas. Ver essa união entre escolas, mentores e comunidade é inspirador”, declarou.
“O Projeto Arandu Roky reforça o compromisso do Governo do Estado com a inclusão social por meio da ciência, tecnologia e inovação, alinhando políticas públicas às realidades e potencialidades das comunidades tradicionais de Mato Grosso do Sul”, finaliza o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
Marcelo Armôa, Semadesc