A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) defendeu em comunicado na terça-feira (24) a manutenção do dólar a R$ 3,50, alertando que exportadores brasileiros de carne de frango e suína perderão competitividade no mercado internacional com a valorização do real.
As exportações aquecidas de carnes de frango e suína brasileiras têm colaborado para mitigar os efeitos negativos da redução do consumo no mercado doméstico, em momento de crise econômica no Brasil. As margens de lucro dos frigoríficos estão apertadas diante da alta dos custos de produção, afetados pela alta nos gastos com nutrição.
“Já houve repasse de custos e o câmbio acima de R$ 3,50 auxilia no equilíbrio das contas”, disse o presidente da ABPA, Francisco Turra, em comunicado.
“Uma queda acentuada do dólar, entretanto, agravaria ainda mais a necessidade de reposicionamento nos preços internacionais em curso. Esta elevação não acontece rapidamente e pioraria a situação de várias empresas que já estão no vermelho.”
Turra acrescentou que a elevação de preços das carnes para venda nos mercados internacionais neste momento reduziria a vantagem competitiva dos produtos brasileiros.
“Isto poderia refletir num menor desempenho dos embarques”, disse ele.
O dólar acumula queda de mais de 9% no ano, tendo fechado a R$ 3,57 na terça-feira.