Campo Grande (MS) – Foram concluídas nesta sexta-feira (14), as visitas técnicas com produtores agrícolas, técnicos de extensão rural e servidores das agências bancárias, responsáveis pela liberação de recursos do Plano Safra 2015/16. A última reunião foi promovida na Assomasul, na Capital, com a presença de mais de 110 pessoas envolvidas na Agricultura Familiar da região central do Estado, o que compreende os dez municípios: Bandeirantes, Sidrolândia, Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul, Ribas do Rio Pardo, Rochedo, e Terenos.
A abertura dos trabalhos se deu através da mesa de honra formada por autoridades de órgãos do governo do Estado, União e Movimentos Sociais. O diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Felini, participou da composição da bancada e lembrou da importância da atuação dos técnicos da instituição junto aos produtores. “Estamos analisando município por município que ainda não está viabilizando uma quantia considerável de projetos. Queremos saber o os motivos para ajustarmos os gargalos e, consequentemente, trazermos mais recursos para o Estado, fomentando o desenvolvimento”, avaliou.
Só nesta edição do Plano Safra da Agricultura Familiar foram aprovados 282 milhões para Mato Grosso do Sul, fatia essa que compõem o montante nacional calculado em 28,9 bilhões. Desse total, 26 bilhões foram destinados ao Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar).
Conforme informações do Banco do Brasil, o dinheiro para as famílias sul-mato-grossenses está em caixa desde o dia 1º de julho deste ano. O acesso, porém, depende da elaboração de bons projetos por parte da classe rural.
O encontro técnico, no caso, vem para auxiliar os agricultores a terem conhecimento de prazos, taxas de juros das linhas de crédito do Pronaf e quais os mecanismos mais viáveis para se conseguir a liberação da moeda em conta. “O assentamento no qual faço parte ainda é jovem, tem oito anos de criação. Eu mesma nunca usei recursos do Pronaf, mas tenho interesse. Então, acho importante essa reunião porque é a oportunidade da gente conversar com quem entende do assunto. Você fica por dentro do que está acontecendo”, disse em tom de otimismo a agricultora do assentamento Estrela, de Jaraguari, Edna Rodrigues.
Durante o encontro, o secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Fernando Lamas, salientou que o executivo do Estado não se restringirá apenas as visitas técnicas, ficando as entidades do governo de portas abertas aos agricultores. “O crédito é muito importante, mas o produtor tem que ter em mente que um projeto bem elaborado mais uma boa assistência técnica é a probabilidade para o sucesso na provação de recursos do Pronaf. Por isso, certifico aos trabalhadores que a Sepaf, Agraer e Iagro estão sempre à disposição para atendimentos”, informou.
Na busca por melhorias de aplicações de recursos, o delegado da Superintendência do MDA em MS, Gerson Faccina, lembrou os produtores quanto a necessidade de investir em uma gama maior de produção. “Em MS, dos 262 milhões de recursos liberados através do último Plano Safra, 50% foram aplicados na bovinocultura, enquanto tivemos 3,3% investidos em áreas degradadas, por exemplo. É necessário aumentar a diversificação em culturas e melhorar as condições do solo, pois assim o trabalhador terá uma maior produção na sua propriedade”, observou.Segundo as avaliações do MDA e Agraer, os dados obtidos com as visitas foram animadores. Graças aos encontros realizados nas oito cidades (Mundo Novo, Ivinhema, Inocência, Rio Verde de Mato Grosso, Dourados, Campo Grande, Jardim e Amambai), foi possível atingir um público de mais de 600 pessoas, entre pequenos produtores, profissionais da extensão rural e funcionários de agências bancárias, responsáveis pela liberação de recursos do Plano Safra. “Queremos diminuir a distância que há entre homem do campo e o técnico com os bancos. E vimos essa aproximação a cada novo encontro. Agora, esperamos que as pessoas que participaram das reuniões sejam multiplicadores das informações, de modo que os recursos cheguem no campo o quanto antes”, disse Faccina.
Outro que também espera bons resultados, só que na área da psicultura, é o superintendente do Ministério da Pesca e Apicultura de MS, Luiz David Figueiró. De acordo com o dirigente do órgão, apenas nessa área cerca de R$ 1,5 bilhão saiu do País em importação de peixes, no último ano. “Enquanto olharmos para o peixe apenas como bicho vamos perder dinheiro. Precisamos consorciar as culturas do porco, frango e leite, abrindo espaço para os alevinos”.
A esperança, segundo Figueiró está depositada no Plano Safra da Pesca e Apicultura, desenvolvido com linha de crédito que financia projetos para aumentar a produção e gerar renda em todo o Brasil.
Após as explanações das autoridades, os trabalhos se estenderam com apresentações das linhas de crédito e taxas de juros do Pronaf, feitas pelo servidor do Banco do Brasil, Aroldo Martins e pelo economista e membro da diretoria de Finanças e Proteção da Produção da Agricultura Familiar do MDA, Osmar Santos Filho. Nessa etapa, os produtores rurais e técnicos da extensão aproveitaram para esclarecer as suas dúvidas.
Fizeram parte da bancada de honra do evento, o diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini, o secretário da Sepaf, Fernando Lamas, a gerente de Negócios e Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil, Giljane Dourado, pela Assembleia Legislativa de MS – o deputado Estadual João Grandão, o secretário executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (Cedrs/Sepaf), Carlos Gonçalves, o representante dos Movimentos Sociais, Valdimir Nobre, o superintendente do Ministério da Pesca e Apicultura de MS, Luiz David Figueiró e o membro do Incra, Carlos Augusto Figueiredo.