Agricultores de Bauru (SP) estão aprendendo a dar novas formas ao bambu. As mãos, tão eficientes no trabalho com a terra, são usadas com criatividade no artesanato. Os produtores integram a Associação Agroecológica Viverde e são beneficiados por um projeto desenvolvido pela Unesp de Bauru.
O presidente da associação, José Maria Rodrigues, diz que passou a admirar ainda mais o bambu depois que viu tudo o que podia ser feito com essa gramínea tão comum no Brasil. Os agricultores fazem jogos de talheres, fruteiras, brinquedos e outros objetos, que são vendidos para vários Estados. São milhares de peças por trimestre.
A iniciativa mudou a vida de 20 famílias do assentamento Horto de Aimorés. Antes, elas viviam somente da agricultura familiar. Atualmente, conseguem uma renda extra com o beneficiamento do bambu.
O projeto também atraiu os jovens. É o caso de Bruno Souza Moura, que tem 17 anos, e mexe com as máquinas como se tivesse anos de experiência.
O professor Marcos Pereira, que acumula 25 anos de pesquisa com bambu, conta que o projeto vem ajudando a gerar renda e a fixar o trabalhador no campo, o que é importante para a agricultura familiar.
A matéria-prima sai de um bambuzal plantado dentro do próprio campus da universidade. Na plantação, são mais de 25 espécies cultivadas. O bambu gigante, por exemplo, pode alcançar até 20 metros de altura em apenas quatro meses.
A fábrica, construída na universidade, conta com o trabalho de 15 estudantes. Eles cortam, lixam, tratam o bambu e transformam o projeto de extensão em uma vitrine de criações de móveis leves, resistentes e com uma elegância diferenciada.
Marina Fujimori, estudante de design e Naara Bartz, aluna de arquitetura, dizem que estão descobrindo as inúmeras possibilidades oferecidas pelo bambu e que o resultado quase sempre é satisfatório.
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