Descobriu-se que, apesar de sua semelhança com as células humanas, a bacteriana vive por um período mais longo. “Começamos a injetar em ratos uma solução contendo Bacillus F e descobrimos que eles viviam de 20 a 30% mais do que o habitual”, acrescenta.
“Curiosamente, as bactérias morriam assim que entravam no organismo, mas, ao mesmo tempo, os ratos pareciam ter nascido de novo”, conta o biólogo Vladímir Repin, que era chefe do laboratório quando as pesquisas foram iniciadas.
“Imagine um rato velho que está chegando ao fim dos 600 dias de expectativa de vida. De repente, após a inoculação, ele começa a se comportar como um jovem”, continua Repin. “Todos os indicadores do organismo se normalizavam, e os ratos viveram por mais um ano, quase um terço a mais do que o tempo habitual.”
Quando se tornou evidente que o Bacillus F aumentava a imunidade e após ter estudado todos os possíveis efeitos colaterais, Bruchkov resolveu testar a solução em si mesmo. Os comentários céticos de colegas não o afastaram de seu objetivo, e em pouco tempo a solução passou a ser chamada de “elixir da juventude”.
Vida longa ao experimento
Os cientistas envolvidos no projeto supõem que o Bacillus F permitirá as pessoas a viver até os 140 anos. Porém, especialistas garantem que há necessidade de promover novas experiências e, portanto, ainda é cedo para se falar em produção industrial da solução.
“A bactéria provocar uma resposta mais forte do sistema imunológico do que quando outros microrganismos penetram no organismo. A imunidade aumenta drasticamente – isso é fato. Mas, ainda não está claro como é a ação do bacilo em longo prazo” diz Nadejda Mirónova, pesquisadora do Instituto de Biologia Química e Medicina Fundamental, na Sibéria.
Duas substâncias que possuem propriedade imunorreguladora – o glutamato e a taurina – seriam os “motores” das bactérias que induzem respostas do sistema imunológico, segundo os cientistas, que também descobriram no bacilo mais 600 genes antes desconhecidos.
“Tenho certeza de que entre esses genes vamos encontrar aquele que é o responsável pela longevidade”, afirma Vladímir Mélnikov, membro da Academia Russa de Ciências e diretor do Instituto da Criosfera da Terra.
Gazeta Russa