O Brasil enfrenta uma crise em relação ao abastecimento de água em algumas de suas regiões. Muito embora os fatores climáticos tenham o seu impacto sobre essa situação, a falta de uma gestão eficiente dos recursos hídricos e falhas de planejamento em relação a prioridades de uso da água nas diversas bacias hidrográficas acabam tendo um peso maior. O país possui legislações específicas sobre o tema, assim como mecanismos de ações, mas avança muito devagar nessa área. Precisa inclusive melhorar sua base de dados, o que lhe permitiria simulações mais precisas de possíveis cenários hídricos.
O tema, que ganhou destaque neste domingo (18/10), numa matéria especial do Fantástico/RedeGlobo, foi abordado na publicação da Gessulli Agribusiness através do ponto de vista técnico do pesquisador da Embrapa Cerrados, Lineu Neiva Rodrigues, que falou sobre a importância do Brasil definir prioridades de uso da água acompanhadas de um planejamento com metas claras, algo essencial para uma utilização eficiente dos recursos hídricos nas mais diversas atividades.
Rodrigues é um dos principais especialistas em gestão de recursos hídricos no país. Possui doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa e pós-doutorado pela Universidade de Nebraska (EUA) em engenharia de irrigação e manejo de água. É membro do comitê gestor do Portfólio de Projetos em Mudanças Climáticas da Embrapa, sendo o representante do Brasil na Plataforma de Recursos Hídricos e Tecnologia de Irrigação do Programa de Cooperação para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (Procisur). É ainda membro do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), representando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Em entrevista à redação de Avicultura Industrial, o especialista ressalta a importância de se instituir meios de gestão e planejamento dos recursos hídricos no país, essencial para um eficiente uso da água nas mais diversas atividades, garantindo segurança hídrica e evitando possíveis conflitos. Hoje, a agricultura brasileira é quase que totalmente de sequeiro; dependente única e exclusivamente das chuvas. Somente 3% da produção agrícola nacional – incluindo pastagens – é feita de forma irrigada.
“O grande desafio está em realizar um manejo mais eficiente da água na agricultura irrigada, que irá desempenhar um papel cada vez mais estratégico. Com a irrigação se altera a forma como o solo é utilizado, possibilitando seu uso durante todo o ano, trazendo benefícios econômicos, sociais, ambientais e ainda a possibilidade de uma produção sustentável de alimentos”, afirma Lineu Neiva Rodrigues. Confira a entrevista na íntegra aqui
Avicultura Industrial Revista