Dourados (MS) – Para acompanhar o anúncio dos incentivos voltados a agricultura irrigada e a avicultura de corte de Mato Grosso do Sul feita pelo governador Reinaldo Azambuja, em Dourados na ultima sexta-feira, o produtor Claudio Pradella se deslocou de Douradina, município onde trabalha em sua propriedade com piscicultura, lavoura e avicultura.
Preocupado com os altos custos para produção das aves, atividade que confessa já ter pensado em abandonar, Claudio veio a Dourados para saber mais sobre os incentivos oferecidos pelo Governo do Estado para a avicultura de corte e saiu bastante satisfeito.
Para Claudio, um Governo que consegue em meio a uma situação de crise, criar alternativas para auxiliar a produção, mostra seu comprometimento com o desenvolvimento do Estado sem se escorar nos discursos prontos sobre crise e seus efeitos, discursos que segundo ele costumam justificar a ausência de ações.
“Considero um alívio receber essa noticia. Estava quase desistindo da avicultura”. Comentou Claudio, ao mesmo tempo em que lembrava ter sido um dos pioneiros na instalação de galpões na região e o quanto a atividade já foi significativa para a economia do Estado.
Com dois galpões produzindo noventa toneladas de carne de frango a cada 60 dias, Claudio afirmou que o recurso economizado com o incentivo será utilizado na manutenção dos galpões, fundamental para manter a qualidade na produção.
Sobre o incentivo
Um dos decretos assinados pelo governador Reinaldo Azambuja na sexta-feira (2), em Dourados, durante a 52ª Expoagro, garantiu a redução de impostos sobre a energia elétrica para avicultores de Mato Grosso do Sul. A alíquota de ICMS sobre a energia elétrica utilizada nos aviários do Estado passa de 17% para 2%. A medida foi elaborada a partir de estudos de equipes das secretarias de Estado de Produção e Agricultura Familiar (Sepaz), da Fazenda (Sefaz) e de Governo e Gestão Estratégica (Segov).
Segundo dados da Associação de Avicultores de MS (Avimasul), a energia elétrica representa 24% dos custos de produção do setor, perdendo apenas para a mão de obra, que fica em 30%.
Como exemplo de necessidade de atualização dos processos produtivos o Presidente da Avimasul, Adroaldo Hoffmann, cita os barracões onde as aves são criadas. De 25% a 30% dos galpões instalados no Estado são convencionais, abertos, comprometendo a eficiência produtiva.
A energia mais barata abre margem para migração ao formato dark hause (casa escura), um sistema fechado que mantém iluminação e temperatura controladas, elevando a produtividade dos aviários.
Sobre a avicultura no Estado
Mato Grosso do Sul possui hoje um rebanho de mais de 24 milhões de cabeças de aves, o que corresponde a participação de 2% no rebanho nacional. O setor é representado 490 produtores integrados, 1,1 mil aviários que se concentram na região Centro-Sul do Estado, sendo que Sidrolândia é o maior produtor e Dourados aparece na segunda posição. O cálculo da Avimasul é de que, pela composição de famílias, pelo menos duas mil pessoas sejam beneficiadas diretamente com a medida.
Da produção anual de 410,9 mil toneladas de carne de frango, mais de 90% sai do Estado. Deste total, 170 mil toneladas são destinadas ao mercado internacional, o que coloca Mato Grosso do Sul na sétima posição do ranking nacional, tendo como principais destinos países como Arábia Saudita, Japão e China.
Kelly Ventorim, assessora de comunicação da Sepaf e Iagro