O Brasil é reconhecido como uma potência internacional no agronegócio, uma vocação natural que se desenvolveu de forma muito expressiva ao longo das últimas décadas, principalmente. Essa pujança provém da combinação frutífera da abundância de recursos naturais com a capacidade empreendedora dos empresários de diversos ramos do agronegócio.
A produção avícola brasileira, que arrancou como atividade econômica organizada nos anos 1950, cresceu muito rapidamente sob qualquer perspectiva com que a observemos. Em 1973, a produção avícola brasileira foi de aproximadamente 274 mil toneladas, e o consumo per capita, de apenas 2,3 quilos. A primeira exportação, em 1975, foi de 3,65 mil toneladas de frangos inteiros congelados para o Oriente Médio. No fim de 2014, a produção anual alcançou 13 milhões de toneladas, as exportações foram de 4 milhões de toneladas e o consumo per capita beirou 48 quilos.
No âmbito do processamento, as forças de mercado também estão por trás de alguns dos avanços observados na indústria avícola brasileira recentemente. Durante décadas, o Brasil tem sido um exportador de produtos avícolas para vários mercados muçulmanos do mundo. Esse mercado só pode consumir produtos que estejam de acordo com as leis islâmicas, a Sharia (ou Halal). Assim, o Brasil teve de adotar novos procedimentos de abate para poder estar em linha com as regulamentações islâmicas. Segundo elas, as aves só podem ser abatidas por muçulmanos, usando a degola de aves à moda Halal – um corte em meia-lua indo de um lado a outro do pescoço. A área de sangria deve estar orientada de tal forma que o peito das aves esteja voltado para Mecca, a cidade sagrada dos muçulmanos situada na Arábia Saudita.
Como importante produtor e exportador mundial de carne de frango, a avicultura brasileira não poderia se descuidar da moderna agenda que trata do bem-estar animal. Essa agenda tem sido exercida por meio de uma relação muito profissional e tranquila entre a indústria e as entidades pelos direitos dos animais. A absorção da cultura de bem-estar animal vem se dando por meio de um processo educacional, que conta com a participação de consultorias, de um lado, e empresas avícolas e seus profissionais, de outro.
Dando continuidade, as empresas vêm se empenhando em uma agenda intensa de melhoria do manuseio de aves ao longo de toda a cadeia para cumprir com as regulamentações nacional e internacional.
Confira aqui a íntegra do artigo escrito pelo Eng. Fabio G. Nunes, publicado em recente edição de CarneTec.