Goiânia/GO – Diretores, produtores e presidentes de Sindicatos Rurais (SRs) se reuniram, na noite de quarta-feira (2), para debater temas como a importância de um sistema sindical mais próximo do produtor, a necessidade de se investir em recursos humanos e o papel do planejamento em uma boa gestão bem sucedida. Trata-se do Seminário Gestão de Qualidade, que acontece na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) até esta quinta-feira (3). O evento está sendo comandado pelo presidente da entidade, José Mário Schreiner, que durante a abertura foi enfático ao afirmar que 2016 será o ano da assistência técnica. Na ocasião o grupo também comemora os 65 anos da FAEG.
Schreiner, que também preside o Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (SENAR Goiás), explica que o objetivo do Seminário é avaliar, dinamizar e planejar as relações institucionais e o planejamento estratégico do Sindicato Rural (SR), para o fortalecimento da representatividade da classe produtora. Ao longo do encontro, estão sendo debatidos instrumentos modernos de gestão, com o intuito de aprimorar a adesão, a manutenção e o atendimento aos produtores rurais, além de motivar atitudes proativas focadas no desenvolvimento econômico e social no campo.
“Quero agradecer de uma maneira muito especial os diretores da FAEG e do SENAR Goiás, os presidentes de SRs e a toda minha equipe. Estamos Nós só estamos aqui porque trabalhamos com uma equipe coesa e participativa. Uma equipe que está atenta às transformações pelas quais o setor agropecuário passa. Diante diss, temos adotado uma dinâmica para acompanhar a evolução dos tempos”, disse, Schreiner.
O encontro também serviu para comemorar os 23 anos do SENAR Goiás. Sobre a história construída pela entidade, o presidente fez questão de pontuar que a entidade tem uma história bonita no que tange a formação profissional rural, a capacitação e a preparação do homem do campo para o mercado de trabalho. “Há pouco dias eu conversava com algumas pessoas sobre uma palavra que está muito em voga: empreendedorismo, que deve ser tomado como palavra chave no nosso país. É a iniciativa privada que vai tirar o Brasil da crise econômica, política e ética. E por isso, precisamos nos preparar, nos capacitar. E ainda: apara ajudar quem busca se qualificar, FAEG e SENAR Goiás irão trabalhar ainda com mais afinco, oferecendo assistência técnica de qualidade. 2016 será o ano da assistência técnica”.
Homenagens
Elogiando a realização do Seminário, o presidente da Comissão de Silvicultura da FAEG, e ex-presidente do SR de Catalão, Walter Rezende, fez questão de destacar o trabalho de formação de novas lideranças por parte da Federação e o reconhecimento do papel do SR por parte de José Mário.
Um dos homenageados da noite, e integrante do sistema sindical desde 1971, Walter disse que se sente honrado de fazer parte da FAEG. “Eu sou do tempo em que todo produtor sonhava em ter algum de nós dentro da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – e eu confesso que a classe achava isso quase impossível. Mas vejam vocês: hoje temos representantes por toda parte”, pontuou Walter, que preside a Comissão Nacional de Silvicultura da entidade e que está sendo cotado para presidir a Câmara Setorial de Silvicultura no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Além de Wlater, outros 199 nomes, entre presidentes de SRs, integrantes da diretoria da Faeg e dos conselhos do Senar Goiás e lideranças políticas e rurais foram homenageados durante a noite. O presidente do SR de Alexânia e secretário executivo do Senar Central, Daniel Carrara, foi um deles. De acordo com Carrara, receber uma homenagem como essa é para poucos, já que para trabalhar no setor agropecuário é necessário atualizar-se constantemente. “Essa Federação não é a mesma daquela Federação de 15 anos atrás. Hoje ela ocupa um espaço específico, de representação. Com o Senar não é diferente. A entidade vem se modernizando, apostando na assistência técnica como um de seus pilares principais e fazendo a diferença”, disse.
Gestão de recursos
Ministrando palestra sobre “Gestão de recursos – como pensa o setor produtivo rural”, o engenheiro agrônomo do Sebrae, Hélio Antônio Silva, falou sobre a importância de entender, captar e manter os produtores perto de suas entidades representativas. “É importante sabermos porque o produtor não tem tempo para sair da fazenda e conhecer as bandeiras do setor, além de descobrir quem é o nosso público-alvo, deixando de lado a ideia de que só nos interessa produtores homens, assim os mobilizadores serão mais assertivos e os serviços oferecidos por cada SR terá um aumento de abrangência considerável”, disse.
Hélio também chamou atenção para as contratações dos SRs, que são em sua maioria homens (94%), além de apresentar dados sobre o produtor: 24% deles estão conectados, 34% adoram inovações e 42% ainda são tradicionais – número que está caindo vertiginosamente.
Planejamento
Na manhã de quinta-feira (3) o mesmo palestrante, Hélio Antônio Silva, falou sobre a necessidade de uma gestão estratégica. Abordando temas como planejamento, atuação, legalidade e ferramentas da gestão moderna. Segundo Hélio, a organização da categoria é o primeiro passo para uma gestão de sucesso. “Conhecer a missão do seu SR também é fundamental para conseguir representar os produtores como eles merecem”, disse.
Segundo o gerente sindical da FAEG, Vitor Hugo Evangelista, a ideia é fazer com que os presidentes dos SRs entendam o que o produtor precisa no que se refere à prestação de serviço e à assistência. “Assim eles poderão trazer o produtor para fazer parte, definitivamente, do quadro de sócios do SR. Então, além de falar sobre como manter esse produtor lá, vamos abordar o perfil de funcionário que atrai esse homem do campo para dentro das discussões do setor, diz, referindo-se, especialmente, ao papel do mobilizador.
“Hoje o Sistema Faeg/Senar possui mais de 230 ações, entre cursos e treinamentos, para oferecer para os SRs. O que acontece é que não há um planejamento para o momento de ofertar esses produtos. É preciso planejar as ações”, completa.