No ano passado, o orçamento era de R$ 393 milhões e, agora, passou a R$ 316 milhões
A Andav (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumo Agrícolas e Veterinários), por meio de seu presidente executivo, Henrique Mazotini, acredita que o governo tem que garantir o fluxo de crédito adequado para retomar as linhas do seguro rural. “Mesmo reconhecendo a necessidade dos ajustes fiscais, o agronegócio tem um desempenho que ajuda a manter a atividade econômica e garante a segurança alimentar em solo nacional”, destaca.
Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e também presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), Arnaldo Jardim, no ano passado, o setor teve disponíveis no orçamento, R$ 393 milhões como complemento ao prêmio do seguro rural. Este ano, o recurso caiu para R$ 316 milhões. “Nós vemos agora suspensas às contratações de seguro que dependam de subvenção do governo federal. É muito preocupante isso”, afirmou.
O diretor e representante do conselho fiscal da Andav em São Paulo, José Citelli Neto, destaca que os cortes do governo na área da agricultura têm atingido as vendas de insumos no seu Estado. “Pelo menos 90% dos agricultores que iriam investir em construção e reforma de barracões para armazenamento de insumos e manipulação de sua produção, não realizaram as operações, pois os recursos para financiamento e capital de giro reduziram drasticamente”, conta. Ele retrata que nos últimos seis meses o setor de hortifruti teve uma média de 15% na redução.
Para o diretor da associação em Minas Gerais, Marco Antônio Lima Menezes, embora a ministra Kátia Abreu tenha afirmado que não, o ajuste fiscal está prejudicando o agronegócio. “Se olharmos a restrição em quase 50% do crédito ao agricultor e o aumento de juros, onde 70% do que se é financiado é de juros agrícolas e 30% de juros de mercado, ou seja, estamos em um patamar altíssimo de 20% ao ano. Em minha região, em 2015, voltamos ao patamares de 2010, onde nada foi antecipado nas compras por causa da restrição ao crédito”, afirma.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), o setor do agronegócio apresentou crescimento de 2,8% em relação ao segundo trimestre de 2014, o que está ajudando a segurar a queda do PIB nacional em 2015, e demonstra o papel fundamental que o setor representa para o país.
Como o agronegócio está muito exposto às incertezas climáticas, principalmente aos eventos extremos cada vez mais frequentes, o Brasil precisa reforçar sua política agrícola voltada para o seguro da renda agrícola que não pode ser contaminada pelos cortes impostos pela política de ajuste fiscal.
Fonte: Assessoria da Andav