Um grupo de produtores do Rio Grande do Sul (RS) está em Roraima, visitando a Expoferr (Exposição Feira Agropecuária de Roraima) e também fazendo um diagnóstico sobre os potenciais do estado no que refere ao investimento na Agricultura e Pecuária. Para estreitar esse relacionamento, a governadora Suely Campos recebeu na manhã desta sexta-feira, dia 4, sete destes investidores. Na pauta, a intenção de investir ainda no primeiro semestre de 2016, em plantação de soja e outros grãos. O encontro ocorreu no Palácio Senador Hélio Campos.
“Queremos exportar para a Venezuela, Guiana, alguns estados brasileiros e outros países. Nossa intenção é mudar a matriz econômica e libertar o estado de Roraima da cultura do contracheque”, ressaltou a governadora, ao apontar as vantagens que o estado tem a oferecer aos investidores de fora.
Durante o diálogo, os produtores questionaram sobre temas como regularização fundiária, linhas de créditos, matriz energética e zoneamento ecológico. Sobre a energia elétrica, a governadora destacou a liberação da obra do Linhão de Tucuruí, que vai interligar Roraima ao sistema energético nacional, como também a implantação de uma usina de geração de energia eólica, projeto em andamento por um grupo de sul-coreanos que também vai plantar soja, exportar tecnologia para hospitais e construção de casas populares pré-moldadas.
“Estamos trabalhando na ampliação da oferta de energia elétrica. Em curto prazo seria a implantação de mais uma termoelétrica, para suprir a demanda reprimida deixada pelos constantes apagões do Linhão de Guri, na Venezuela”, disse a governadora Suely Campos, ao informar que com a interligação ao SIN [Sistema Interligado Nacional], Roraima terá energia limpa, de qualidade e em abundância.
Sobre a legalização fundiária, ela disse que o grupo de investidores, ao identificar as terras que querem pleitear, o Iteraima (Instituto de Terras de Roraima) vai orientar sobre a regularização para garantir o plantio. “Identificadas as terras, inicia-se o processo de regularização junto ao Iteraima, atendendo a todos os requisitos legais vigentes”, enfatizou.
A governadora destacou também a frente de trabalho do Governo do Estado junto ao Governo Federal a fim de reeditar o Decreto 6754/09, que trata da transferência das terras da União para o estado, excluindo a condicionante do Parque Nacional do Lavrado. Com isso, Roraima aumenta a extensão territorial para investimentos agropecuários.
O diretor da Associação dos Produtores de Soja do Brasil, Pedro Nardes, que compunha o grupo, disse que ao investir em Roraima, serão contemplados o lado social, com a geração de emprego e renda, como também contribuirá para a arrecadação do estado, com o recolhimento de impostos.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, são mais de 4,8 milhões de hectares de grãos plantados. Em Roraima, esse segmento está na fase de expansão. Hoje são 50 mil hectares plantados e a Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) já licenciou mais 50 mil hectares para o plantio de grãos para o ano que vem. Os sul-coreanos querem plantar mais 100 mil hectares, e exportar a produção para abastecer o mercado asiático.
Segundo Nardes, é viável o investimento em Roraima. “É um estado estrategicamente bem localizado e o futuro para se sair dessa crise econômica é investir na agricultura”, disse Nardes, ao ressaltar que o grupo de investidores está formatando a criação de uma cooperativa para ser instalada em Roraima e no primeiro semestre do ano que vem iniciar o plano.
“Queremos trazer o desenvolvimento para Roraima. Em dois ou três anos o estado terá mais de 100 mil hectares de soja plantados, isso gera emprego, renda e fortalece a economia do estado”, disse Nardes, ao acreditar no apoio do Governo. “Nossa indústria e comércio estão com problemas com essa crise. Então a agricultura é a saída para o desenvolvimento”, afirmou.
Boa Vista Agora