Campo Grande (MS) – No primeiro dia do Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos (SBSA), que acontece até o dia 10 de maio, na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), de Campo Grande, o Superintendente da Semagro, Rogério Beretta contribuiu no Painel que discutiu as “Transformações socioeconômicas e ambientais pela intensificação da produção agropecuária em solos arenosos”, junto de Luiz Lourenço (Cocamar), William Marchió (Associação Rede de Fomento ILPF), Juliano Schmaedecke (APROSOJA MS), Roberto Hollanda Filho (Biosul) e Dito Mário (Reflore).
Beretta explanou sobre a realidade do Estado, trazendo a situação atual, falando das políticas e as ações do Governo que visam o desenvolvimento da produção agropecuária, com mínimos riscos.
Ele apresentou números que dão conta que Mato Grosso do Sul que tem 20 milhões de hectares de pastagem, teve uma significativa e recente conversão de áreas de pastagem para agricultura. Cresceram as áreas de eucalipto, e somam hoje 1,1 milhão de hectares, as áreas destinadas ao plantio da cana de açúcar, que hoje está em torno de 830 mil hectares e especialmente este ano o Estado registrou o maior aumento de área plantada de soja em todo Brasil – 280 mil hectares a mais – chegando então a 2,9 milhões de hectares de soja plantadas na safra 2018/2019, com crescimento se dando basicamente em solos arenosos.
Segundo o superintendente a missão para o Governo do Estado, diante de todas as transformações, é conseguir implantar a terceira fase do zoneamento agroecológico obtendo o mapeamento da bacia do Rio Paraná. “O Zoneamento da Bacia do Rio Paraguai, que foi feito há algum tempo, foi revisado no segundo semestre de 2018”.
O grande desafio do Estado, segundo Beretta, fica por conta do avanço da produção em áreas que ainda não dispõe de infraestrutura básica como as estradas em condições de escoar a safra. Para ele o enfrentamento desta demanda faz parte de uma série de ações, como citou a ampliação do número de estações meteorológicas que passou de 27 para 45 na atual gestão.
Quanto as questões de logística, Beretta lembrou dos avanços no setor de portos, ao citar o Porto de Porto Murtinho que agora possibilita escoar soja pelo Rio Paraguai, o que considera uma alternativa interessante para os produtores da região de Bonito, Jardim e Bela Vista, e a instalação de três novas empresas com unidades de embarque.
Sobre as vias férreas, Beretta lembrou a instalação do Terminal de embarque da Ferronorte em Chapadão do Sul, onde já acontece o escoamento da produção.
O projeto baseado na rota de integração latino-americana, que vai de Campo Grande ao Chile, passando por Porto Murtinho, também foi destacado por Beretta, que falou dos avanços recentes e tratativas que estão resultando em recursos para realização, já que tem alta prioridade dentro do Governo do Estado. Outro projeto estruturante citado, é a ligação do Porto de Santos ao Chile, via férrea.
Evento aconteceu na UEMS, em Campo Grande
A preocupação com a Pesquisa cientifica e a validação da tecnologia também foi abordada. Para este trabalho o Governo dispõe de um Fundo, o FUNDEMS, que atua diretamente com as duas fundações, Chapadão e MS.
A preocupação com a regulamentação do uso do solo e água é uma constante no Estado, segundo Beretta, que destacou também as ações voltadas ao município de Bonito. “O projeto de microbacias, manejo e conservação do solo na baia do Rio Paraná já tem recursos garantidos e o estado está empenhado para sua realização”. Patrulhas ambientais atuarão neste trabalho, e técnicos e produtores serão capacitados.
Para o superintendente, “trabalhando o tripé do uso e ocupação do solo através dos programas e contando com as parcerias que mantemos no setor, da atenção com a logística, do apoio a pesquisa e do trabalho firme do Estado nas questões relacionadas ao manejo e conservação do solo, conseguiremos viabilizar o crescimento da produção em solos mais frágeis, mas que são a nossa nova fronteira agrícola”.
Para finalizar, Beretta lembrou da condição de Estado eminentemente agrícola, da atividade primaria do Governador Reinaldo Azambuja, que é a produção, para destacar seu conhecimento e preocupação com a atividade produtiva e Mato Grosso do Sul.
Essa é a primeira vez que o evento é realizado em MS, com a organização da Embrapa, UEMS e o apoio da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, além do Governo do Estado.
O evento que tem como tema a ‘Intensificação Agropecuária Sustentável em Solos Arenosos’, discutirá os principais problemas e oferta de tecnologias relacionadas aos solos arenosos do Brasil, com destaque aos solos arenosos da região Centro-Oeste.
O Simpósio tem uma programação científica composta por palestras, mesas-redondas e apresentações de trabalhos, que tem como objetivo proporcionar aos profissionais de instituição públicas e privadas de ensino, pesquisa ou extensão, de cooperativas, produtores e estudantes a possibilidade de discussão de problemas, de resultados recentes de pesquisa e de novas tecnologias relacionadas ao uso, manejo e conservação dos solos arenosos.
Mais informações sobre o evento e a programação completa no site www.sbsa2019.com.br.
Kelly Ventorim, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO)