Conheça os principais indicadores de desempenho animal no rebanho de corte para garantir produtividade e renda na propriedade
A pecuária moderna vive sob pressão para aumentar a produtividade, de modo a garantir a renda do produtor e impedir o assédio da agricultura sobre suas áreas. Para enfrentar essa batalha cotidiana, o pecuarista precisa ter à mão os índices zootécnicos de sua propriedade, que mensuram o desempenho do seu rebanho, auxiliando na tomada de decisões.
“Os índices são importantes para que o produtor possa conhecer a situação produtiva, reprodutiva e sanitária do rebanho, e, também, para poder estipular metas a curto, médio e longo prazos”, destaca Juliana Jorge Paschoal, coordenadora do curso de Zootecnia das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu).
Os marcadores são formulados após a coleta dos dados da própria fazenda, variando de acordo com a atividade desenvolvida. Abaixo listamos alguns dos principais indicadores em propriedades de pecuária de corte.
Fêmeas – Nas fêmeas, os principais índices estão relacionados à vida reprodutiva e à habilidade materna dos animais. A taxa de fertilidade é a relação de fêmeas que ficaram prenhes em determinado período de exposição aos touros a campo. Depois vem a taxa de natalidade, que calcula o percentual de bezerros nascidos vivos com base no número de fêmeas em cobertura. Já o índice de desmama mensura a relação de bezerros que foram desmamados em relação ao total de animais nascidos em um ano.
Outros importantes aspectos é a mensuração da idade ao primeiro parto das fêmeas, que auxilia na identificação de animais precoces; e o período de serviço, que calcula o espaço de tempo entre a nascimento do bezerro e uma nova gestação. Com base nesse número, é possível calcular o intervalo entre partos, que é dado pela soma do período de serviço e o período de gestação e prediz em quanto tempo uma vaca conceberá o bezerro.
Também é calculado nos índices a proporção touro/vaca, que nada mais é do que a relação do número de reprodutores da fazenda e o total de fêmeas que entrarão em cobertura.
Sanidade – Os indicadores sanitários podem variar muito em cada propriedade, mas, em geral, os mais utilizados são a taxa de abortos e mortalidade, sendo que a segunda deve ser classificada por faixas etárias, como bezerros até a desmama ou até 1 ano; animais de 1 a 2 anos; de 2 a 3 anos; adultos e fêmeas.
Produção – Em questões produtivas, o indicador base é o de suporte, que é a taxa de lotação (número de unidades animais (1 UA= 450 kg) por hectare). O desenvolvimento ponderal também é de extrema importância, pois reúne índices como peso ao nascimento; peso à desmama; peso ao sobreano; ganho de peso diário e ganho de peso anual.
O acompanhamento desses indicadores ajuda a formular a taxa de abate da propriedade, que é a relação entre o número de cabeças abatidas e o número total de animais existentes no rebanho. Esse indicador também ajuda no controle da idade de venda, que aponta a idade em que os animais são entregues ao frigorífico para o abate.
O índice derradeiro é a taxa de desfrute, que mede a capacidade do rebanho de produzir animais excedentes para venda, sem comprometer seu efetivo básico.
Vale lembrar que os índices variam de acordo com a atividade exercida. Produtores de touros, por exemplo, possuem indicadores que mensuram o perímetro escrotal; líbido, capacidade de serviço e qualidade do sêmen.