Equipes da Fundação de Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) vinculada à Semadesc, Coetrae/MS e IDH/MS visitaram empresas e lavouras de maçã que utilizam mão de obra de indígenas sul-mato-grossenses na colheita das frutas. O objetivo foi verificar as condições de trabalho e garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. Neste ano 2.300 indígenas foram contratados para a operação de colheita de maçãs nas regiões de Vacaria, no Rio Grande do Sul, e em Santa Catarina.
Participaram da comissão os representantes da Funtrab, Maria Zilda e José Barboni, o presidente da ATMS-Associação dos Trabalhadores Indígenas do MS, José Carlos, Eduardo Pereira- Representando a Semadesc e o COETRAE MS, e o Dr Maucir do IDH- Instituto Direitos Humanos do MS, e o Sr Sérgio Poletto do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vacaria e Região. De acordo com o Eduardo Pereira, representante da Semadesc e COETRAE que participou da visita, estes trabalhadores viajam mais de 1.600 km para garantir a qualidade das frutas que chegam às mesas dos consumidores. “A jornada dos indígenas do Mato Grosso do Sul nas lavouras de maçã não é apenas uma demonstração de dedicação e competência, mas também um exemplo de resiliência e adaptação. Eles são responsáveis por etapas cruciais como a poda, o raleio, a colheita, a seleção e o encaixotamento das maçãs”, explicou.
Desde 2015, a parceria entre Funtrab, MPT/MS e MTE tem sido fundamental para garantir que os trabalhadores sejam cadastrados e encaminhados para as empresas interessadas, proporcionando-lhes oportunidades de emprego digno e assegurando os direitos trabalhistas.
“Esse acompanhamento demonstra o compromisso com a promoção de um ambiente de trabalho seguro e justo”, acrescentou o secretário-executivo de Qualificação Profissional e Trabalho, Esaú Aguiar. Desenvolvimento Regional A presença dos trabalhadores indígenas na colheita de maçãs não apenas apoia as economias locais em Vacaria e nas regiões de Santa Catarina, mas também contribui significativamente para o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas no Mato Grosso do Sul.

Equipe da Semadesc, COETRAE, FUNTRAB, ATI-MS, Ministério Público do Trabalho que esteve visitando as propriedades no sul do País
“A excelência no trabalho realizado pelos indígenas reflete diretamente na qualidade das maçãs produzidas. A prática de técnicas adequadas de poda, raleio e colheita ajuda a manter a saúde dos pomares e a sustentabilidade da produção”, destacou Pereira. O presidente da Associação dos Trabalhadores Indígenas – ATI-MS, José Carlos, falou, que desde 2015, os trabalhadores indígenas do MS, são contratados pelos produtores de maçãs de SC e RS. “Esta força de trabalho cria oportunidade a estes trabalhadores a interagirem com outras culturas sazonais, como a maçã e outro hortifrúti produzido na região. Graças a esta capacidade e resiliência, hoje os indígenas já ocupam postos nos frigoríficos de carne bovina, aves e suína”, enfatizou o presidente da ATI.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC), Jaime Verruck, destacou a importância desta exportação de mão de obra. “Os trabalhadores são disputados pelos recrutadores das empresas produtoras de maçã, alho, beterraba e cenoura. Este ano, conforme relato das empresas e da equipe de fiscalização, cerca de 2.300 trabalhadores indígenas estão nos campos de plantio, colhendo esta safra. Eduardo Pereira, representante da Semadesc e do Coetrae-MS, informou que as condições de trabalho, alimentação e alojamento dos trabalhadores indígenas, estão dentro das normas e legislação vigente no país.
“Esta parceria da Funtrab/Agapomi e MPT, é fundamental e primordial para estreitar os laços com as empresas empregadoras e promover práticas laborais éticas e sustentáveis que protegem nossos trabalhadores”, finalizou. Verruck, disse que: as maçãs que consumimos aqui no Mato Grosso do Sul é fruto do trabalho árduo e da dedicação destes 2.300 indígenas, que viajaram longas distâncias para garantir uma colheita de qualidade nos pomares gaúchos e catarinenses. O reconhecimento e a valorização desse esforço são essenciais para promover a dignidade e o bem-estar desses trabalhadores, além de fortalecer as parcerias e a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Rosana Siqueira, da Semadesc
Fotos – Arquivo Pessoal