A doença tem impacto econômico e social para a cadeia produtiva do agronegócio, além de ser uma zoonose de ampla distribuição
Não são raros os relatos sobre abate de muitos animais, de um mesmo rebanho, que estão contaminados por tuberculose. A tuberculose bovina (TB) é uma zoonose causada por uma bactéria Mycobacterium bovis que apresenta sérios riscos à saúde dos animais e dos humanos.
Segundo a médica veterinária doutora, Roberta Züge, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), a doença tem impacto econômico e social para a cadeia produtiva do agronegócio brasileiro, além de ser uma zoonose de ampla distribuição. Diante disso, a especialista dá dicas para evitar a contaminação do rebanho.
1 – Controle as visitas ao rebanho
É importante evitar o máximo possível o contato de visitantes. De acordo com Roberta, quando existir um caso da doença, é necessário solicitar um período de “vazio sanitário”, prazo sem contato com outros animais e estada em outras propriedades. Outra medida de proteção é o uso de botas plásticas descartáveis, além de reduzir o contato físico entre visitantes e os animais.
Outro alerta da médica veterinária é em relação aos vizinhos. Segundo Roberta, mesmo que também sejam produtores, eles devem seguir as premissas impostas aos visitantes, ou seja, não ficar perto dos animais e nem dos locais de armazenamento de alimentos.
2 – Oriente os funcionários
No caso de médico veterinário, inseminador ou outros profissionais que precisem estar em contato com o rebanho, é necessário o uso de roupa ou macacão limpos, que não tenham sido utilizados previamente em outros rebanhos. “Além disso, os utensílios e equipamentos utilizados pelo médico veterinário devem ter sido previamente higienizados ou esterilizados. As luvas devem ser descartáveis, assim como as agulhas. Palpar todo o rebanho com uma luva só é um prato cheio para a danças das bactérias e vírus”, diz Roberta.
3 – Mantenha animais de estimação longe
É importante manter cães e gatos longe dos animais de produção e de seus alimentos. “As fezes dos gatos podem transmitir toxoplasmose, os restos placentários de cães podem transmitir neosporose”, diz Roberta. A toxoplasmose também é uma zoonose, também prejudica os humanos, e é responsável por perdas de produção, abortos e outros problemas. A neosporose não é uma zoonose, mas também desencadeia perdas no rebanho. “Se possível, também manter longe de outros animais, como cachorros do mato, guaxinins, morcegos, pombos, etc. Eles também são vetores de diversas doenças”, afirma a médica veterinária.
4 – Tenha cuidado com os veículos
Também é importante evitar que veículos passem nas áreas de circulação de animais ou de pastagem. Vale a pena manter o estacionamento desses veículos bem distantes de onde se concentram o rebanho.
5 – Faça os partos longe do rebanho
Os partos não devem ocorrer nos pastos, para que os restos placentários não sejam ingeridos por outros animais do rebanho. “Esta é uma das principais formas de transmissão da brucelose nos rebanhos bovinos”, diz Roberta. Caso não tenha outra opção, vale a pena criar piquetes menores, individualizando o acesso. Também é importante introduzir outros animais somente depois de verificar que não existam mais restos placentários.
6 – Verifique a qualidade da água e dos alimentos
Outro ponto, muitas vezes negligenciado, é a qualidade da água fornecida. Diversas enfermidades podem ser transmitidas pela água e pelos alimentos. O controle de roedores é muito importante, do mesmo modo, as características do armazenamento. “Áreas úmidas podem proporcionar que fungos, além de estragarem parte da comida, ainda gerem toxinas que são bem prejudiciais aos animais”, diz Roberta.
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