De acordo com a pesquisa, hábitos corriqueiros como comprar grandes quantidades ou estocar alimentos por muito tempo agravam este quadro
Porém, segundo técnicos da Embrapa, o Brasil pode ser enquadrado nos dois modelos, dependendo da região ou da localidade.
Apesar de “não ser justo que pessoas passem fome e outras joguem no lixo uma quantidade extraordinária de alimentos”, como afirmou a presidente da CRA, senadora Ana Amélia (PP-RS), jogar comida fora, seja in natura, processada ou industrializada, é um costume brasileiro desdobrado em vários hábitos, como a atitude rotineira de quebrar a ponta do quiabo para ver se está maduro, conforme mencionou em audiência pública no Senado o pesquisador da Embrapa Antônio Gomes. “Depois disso, alguém vai comprar aquele quiabo que está na gôndola?”, questionou.
Desperdício como hábito
O também pesquisador da Embrapa Gustavo Porpino acompanhou o dia a dia de famílias brasileiras e norte-americanas de baixa renda com o intuito de diagnosticar os fatores e os diferentes comportamentos que as levam a jogar comida fora.
Porpino traçou perfis dos desperdiçadores levando em consideração atitudes como a de comer doces antes das refeições; jogar quantidades grandes de comida fora sem remorso; cozinhar mais do que o necessário; guardar sobras na geladeira até que estraguem; e planejar a compra e o preparo da comida de forma consciente.
A compra mensal abundante também foi associada ao desperdício. A prática, acredita o pesquisador, pode ser justificada pela instabilidade financeira das famílias pesquisadas, o que as leva a aproveitar promoções do tipo “pague 2 e leve 3”.
Foto: Senado Federal