A crise econômica reduziu o consumo de carne bovina no País em 2016, o que deve fazer com que o número de abate de bovinos no ano seja o menor dos últimos 13 anos, segundo levantamento da consultoria AgriFatto.
“Chegamos aos menores níveis de abate desde 2003, quando registrou-se 33,2 milhões de cabeças abatidas, entre números oficiais, consumo informal e consumo nas propriedades rurais”, afirma a consultora da casa Lygia Pimentel. Em 2016, a Agrifatto registrou um número parcial de 35 milhões.
Em relação a apenas o terceiro trimestre de 2016, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou, em dezembro, que os produtores brasileiros abateram 7,32 milhões de cabeças de bovinos no terceiro trimestre de 2016, quedas de 4,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior e de 3,5% sobre o terceiro trimestre de 2015.
Para Pimentel, as dificuldades econômicas influenciaram diretamente o consumo de carne bovina. Com o comprometimento da renda do brasileiro houve forte substituição da proteína pela carne de frango, que é mais barata. Além disso, a queda do consumo pressionou os preços no atacado, mas a oferta ainda restrita por conta do ciclo pecuário manteve o preço do boi alto.
“Isso acabou com a margem da indústria, que teve de escolher entre um prejuízo enorme com o processamento da carne ou um prejuízo menor com o custo fixo de plantas paralisadas”, diz Lygia em relatório, lembrando que em 2015 a Agrifatto contabilizou o fechamento de 43 plantas e outras 5 em 2016 (sendo a última em Alegrete, RS, da Marfrig).
A análise pondera que, por outro lado, de 2003 para hoje, houve mudanças relativas à carcaça bovina. A média ponderada de 16,47 arrobas por animal abatido em 2016 apresenta melhora de 7,3% em relação às 15,35 arrobas médias registradas em 2003. De toda forma, a produção de carne bovina caiu para 8,5 milhões de toneladas equivalente carcaça. “Um bom recuo que deve começar a reverter a partir de 2017”.
Fonte: Estadão, adaptada pela Equipe BeefPoint.