Campo Grande (MS) – Acontece neste momento no Sindicato Rural de Campo Grande, o Workshop do leite, com a reunião de representantes das principais entidades ligadas ao setor, produtores e setores do Governo do Estado como Secretaria de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Secretaria de Fazenda (Sefaz).
Para discutir os gargalos da cadeia produtiva do leite em Mato Grosso do Sul, a Câmara Setorial do Leite com apoio da Federação das Indústrias (FIEMS), Sebrae, Famasul, associações, cooperativas, Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul (Silems) estão realizando o 1º Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite, com cinco painéis para discussão e produção de propostas que visam amenizar ou eliminar gargalos da cadeia produtiva de leite.
Os custos, o transporte, alimentação, incentivos, as políticas publicas, as perspectivas e as metas para o próximo ano estão sendo colocadas em pauta e devem servir de referência para elaboração de uma proposta para o setor.
Segundo Edwin Baur, Superintendente de Desenvolvimento Rural da Secretaria de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), o Estado trabalha em conjunto com o Sebrae para realizar um estudo mercadológico da cadeia do leite no Estado visando mapear os problemas de produção, mercado, comercialização e impostos. A ideia, segundo Baur é produzir ao final deste trabalho documentos que possam balizar ações governamentais voltadas ao setor.
Para o Prefeito eleito de Novo Horizonte do Sul, Marcilio Álvaro Benedito, as pequenas indústrias precisam receber um olhar diferenciado do Estado, e os incentivos podem ser melhor distribuídos, as estradas precisam de um plano de manutenção constante e
Segundo Marcilio, o alto custo da produção, o preço final do produto e as dificuldades do mercado têm desestimulado e incentivado os produtores deixarem a atividade. “Eles estão preferindo arrendar suas terras e isso gerou uma queda brusca na produção no município”. Completou, prevendo que, nesse ritmo, em quatro ou cinco anos a atividade pode cessar em Novo Horizonte do Sul e os problemas com o êxodo rural podem se multiplicar na cidade.
Hernandes Ortiz, Presidente da Coopavil de Nova Andradina, espera que juntos, indústria, produtores e governo, possam produzir propostas que tragam incentivos a cadeia como um todo e que estas propostas sejam colocadas em pratica dentro de um plano com metas a serem alcançadas. “Quanto a nós, enquanto representante de uma cooperativa, cabe ficar atento e cobrar as ações a partir do documento gerado hoje”. Completou.
Para Fabricio de Paula, profissional da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) o workshop traz a luz do debate questões que há muito precisavam ser discutidas. Fabricio lembra que além de todos os gargalos nas áreas de produção, transporte e comercialização a atividade também sofre por conta da sucessão. “A maioria dos jovens, filhos de produtores, já não querem mais ficar no campo. A falta de perspectiva de melhora para a atividade leiteira só contribui para que a decisão de ir embora seja cada vez mais frequente”. Finalizou.
Kelly Ventorim, assessora de comunicação da Sepaf e Iagro.