Daqui poucas semanas, embarco novamente para os EUA com um pequeno grupo de pecuaristas e técnicos brasileiros para conhecer o melhor da pecuária dos EUA, num estado específico, o Tennessee.
Fiquei pensando o quanto eu já aprendi sobre pecuária nessas viagens…
E resolvi relembrar algumas lições…
Aqui vão algumas:
1- Você pode produzir de diferentes formas
Quer produzir garrotes holandeses em confinamento, com 365 dias de cocho (ou mais)? É possível.
Quer produzir Angus a pasto? É possível.
Quer produzir Wagyu confinado? Também é possível.
Quer produzir em um enorme confinamento com dezenas e dezenas de milhares de cabeça (até mais de 100 mil)? É possível.
Quer produzir em uma pequena fazenda a pasto? Também é possível.
2- Você pode vender de diferentes formas
Você pode vender em redes de supermercado gigantes, que estão presentes em todo os EUA, como marca Ranchers Reserve (reserva do produtor).
Você pode vender sem marca ou com marca.
Você pode vender para uma rede de supermercados de produtos especiais,focado em orgânicos e produtos naturais.
E você ainda pode vender você mesmo seu produto (cortes de carne) em Farmers Market (uma espécie de feira livre onde os produtores vendem seus produtos, incluindo carne, queijos, ovos, além de verduras e legumes).
Você pode vender pela internet (e entregar em todo o país de forma muito eficiente).
3- O mercado é soberano e tem espaço para quem é competente, em qualquer nicho.
Todos esses produtos estão presentes no mercado.
Quais vão ter sucesso?
Aqueles que forem melhores em se conectar e comunicar com o consumidor específico daquele produto.
É nos EUA que eu vejo hoje a maior quantidade de marcas e selos de carne, em que o diferencial é:
– gado criado a pasto
– bem-estar animal
– natural (sem hormônios e antibióticos)
– orgânico
– etc
Pode comprar carne cara e gorda, de animais confinados e criados com implantes e antibióticos.
E ainda pode comprar carne gorda e cara de confinamentos “naturais”, onde não se usa hormônios ou antibióticos.
Pode comprar carne (nem tão) gorda e cara de animais criados a pasto.
4- Tipificação de carcaças ajuda a dar clareza para o mercado
Num mercado com tantas variações, o fato da pecuária ter um programa de tipificação de carcaça muito estruturado ajuda muito.
Você vai no Walmart e pode comprar carne Choice (similar a que você come aqui no Outback), e em outros lugares você encontra Prime (a carne das melhores steakhouses).
Você pode comprar carne barata, de vacas descarte.
5- Sucessão familiar com sucesso
Fazendas / empresas que estão na mesma família há mais de 100 anos, geração após geração.
Sim, é possível conseguir isso com sucesso.
E visitar uma fazenda assim é um exemplo, um aprendizado e uma inspiração.
6- Tradição, história, tecnologia e eficiência tudo junto
Sim, é possível ter orgulho da sua fazenda, do seu negócio, do seu setor.
É possível juntar amor ao que faz, com um bom negócio.
É possível unir tradição com tecnologia.
E é possível usar a união de música country, estilo de vida com tecnologia para atrair a nova geração de pecuaristas.
7- Livre iniciativa
Os EUA são o país da livre iniciativa, do capitalismo, da vontade própria.
Se você acredita na sua ideia, vá lá e faça.
É muito bom ver exemplos de empreendedores e produtores que acreditaram em sua visão, trabalharam duro e construíram um negócio grande.
8- Associações de produtores e pecuaristas que funcionam
Os americanos são pragmáticos.
São mais direto ao ponto. E querem resultados.
Com associações não é diferente.
Querem resultado para o investimento.
Foi lá, pela primeira vez em 2000, na feira da NCBA, que eu vi uma associação com todo seu potencial.
Uma entidade que representa fortemente os produtores no congresso e em todas as esferas do mercado, do governo e das relações públicas (mídia, sociedade, etc).
9- Marketing de produtos agrícolas (e carne) que funciona
Foi lá nos EUA, que eu conheci o maior programa de marketing institucional da carne do mundo, financiado pela cadeia.
E gerenciado por uma associação de produtores – a NCBA.
E mais do que isso. Eles conseguem provar que geraram muito mais resultado para a cadeia (e para o produtor) para cada dólar investido.
E também marcas de carne fortes, como a Certified Angus Beef, da associação de Angus dos EUA, que é a mais antiga e mais forte marca de carne do mundo.
Ir aos EUA é, antes de tudo, um curso de marketing.
Ninguém no mundo vende melhor do que eles.
E você aprende apenas estando lá… E comprando, é claro… 🙂
10- Gerenciamento da pecuária está nos detalhes
Visitando um confinamento excelente numa das nossas viagens, perguntei o que aquele confinamento fazia de melhor.
A resposta foi simples, curta, meio que sem “glamour”, mas que dizia muita verdade.
Detalhes.
Essa foi a resposta. Simples. Direta. Verdadeira.
Num negócio de margens apertadas, gerencie os detalhes.
Fique bom nos detalhes. É isso que vai fazer a diferença.
11- Dedicação, trabalho duro, persistência
Não é só motivação. Não é só conversa.
É preciso trabalhar muito. E também aprendi isso vendo produtores de lá colocarem a mão na massa mesmo.
12- Valor do aperto de mão
As palavras ainda valem.
Isso me lembrou de um americano amigo meu, que disse que os produtores americanos são mais parecidos com os produtores brasileiros, do que com os habitantes de Nova Iorque.
Ou seja, somos muito mais iguais, com as mesmas vontades, sonhos, planos e valores do que imaginamos.
13- Carne pode ser top, e sem “frescura”
O melhor hamburguer de Nova Iorque é servido numa espelunca.
Muitas vezes, o melhor churrasco você comer num local simples.
A steakhouse mais famosa dos EUA não tem toalna na mesa. Apenas um papel no local do seu prato.
O americano gosta de coisa boa e simples.
14- Essência do capitalismo
Aprendi que a essência do capitalismo (essa palavra tem uns que acham que é um palavrão) é gerar valor.
Seu sucesso como empresário, como profissional, como produtor, como empreendedor vai ser proporcional a sua capacidade de gerar valor para a sociedade.
Gere muito valor. Tenha muito resultado.
Foco no cliente. Foco em entregar o que o cliente quer.
Tudo isso eu aprendi nos EUA.
E vamos usar essa viagem ao Tennessee, do dia 29-jan a 05-fevereiro para mostrar, estudar e debater isso a funto.
Vamos que vamos!
Abraços, Miguel Cavalcanti
PS: Se você tem interesse em participar dessa viagem, clique no link abaixo.
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Assista o vídeo.
Baixe o PDF com o program e roteiro completo.
E se você estiver sério em participar, preencha o formulário online.
Já recebi uma quantidade muito grande de emails de pessoas interessadas e essa viagem é para menos gente (10-15 pessoas).
Essa viagem é um curso que acontece 24 horas por dia, mas você não fica numa sala de aula.
Essa viagem é uma reunião de mastermind que dura uma semana, e você nem percebe…
Essa viagem é onde você vai conhecer pessoas que vai continuar amigos por 10 anos ou mais…
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Miguel Cavalcanti
agrotalento@beefpoint.com.br
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