O Parque das Nações Indígenas, cartão-postal de Campo Grande, será reaberto ao público nesta quinta-feira (8) pelo Governo do Estado, das 6h às 21h, dentro de procedimentos rigorosos de biossegurança devido a pandemia do coronavírus. As obras de revitalização do espaço foram concluídas, contudo o processo de enchimento do lago principal é lento, devido aos efeitos da prolongada estiagem, e deverá ser concluído em dez dias.
A reabertura do parque obedece aos protocolos de segurança, elaborado em parceria entre o Estado e o Sesi, conforme Portaria do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS) publicada na edição desta quinta-feira no Diário Oficial do Estado. Assinada pelo diretor-presidente do órgão, André Borges Araújo, a portaria proíbe, por 30 dias, o uso de espaços coletivos, como banheiros, quadras de esporte, pista de skate, parques infantis, bebedouros e decks.
“Nesse período de vigência da Portaria – explica André Borges -, vamos avaliar a dinâmica operacional e funcional do parque, em razão da pandemia, para que possamos readequar os procedimentos de segurança e liberar alguns equipamentos de uso coletivo”.
Obras
No período em que o lago esteve fechado à visitação, foram executadas obras de recomposição do gabião na barragem do lago principal, visando estabilizar a estrutura e impedir a continuidade do desprendimento das pedras. Nas pontes, foram feitas a recomposição das estruturas de contenção das cabeceiras , incluindo o aterro de proteção dos blocos de fundação, e ainda uma estrutura em gabião para conter o solo que recobre os elementos de fundação e por fim, o aterro sobre os elementos de fundação. O valor da obra foi de R$ 617.846,19.
O monumento do Cavaleiro Guaicuru ganhou passarela totalmente nova, com extensão de 14 metros e depois se abre em Y, com 5 metros para cada lado, abraçando a ilha. Essa estrutura possibilita que os visitantes tenham uma visão perfeita do monumento por vários ângulos, mas sem chegar até ele, como acontecia com a passarela anterior. Agora, só se chega à ilha do Cavaleiro Guaicuru de barco, para fazer as manutenções necessárias. As pilastras são de madeira de eucalipto tratado e o assoalho de ripas de curupixara, própria para construção de decks.
O conjunto de decks do lago principal do Parque das Nações Indígenas foi totalmente renovado. Além desse do Cavaleiro Guaicuru, outros três decs no lado oposto do lago também foram refeitos. O contrato total alcançou R$ 109.368,00. Construídos há mais de 15 anos, os decks nunca haviam passado por manutenção estrutural e com o esvaziamento do lago para as obras de desassoreamento, percebeu-se que algumas pilastras estavam comprometidas na base. Além disso, a estrutura dos decks afundou cerca de 15 centímetros, ficando em desnível com a calçada.
Também foi plantado grama na rampa de terra da Concha Acústica, trocada a areia e recuperados brinquedos do Parque Infantil, recuperados e pintados os meio-fios, entre outros serviços de manutenção.
Monitoramento
O diretor-presidente do Imasul observou que estão liberadas as atividades físicas, na modalidade de caminhada, corrida e bicicleta, e passeios para observação de pássaros e animais, obedecendo o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas, além do uso obrigatório de máscaras. Não serão permitidos, ainda, lanches coletivos ou outra atividade em grupo, bem como eventos, como celebração de aniversário e outros, e montagens de tendas.
Os protocolos de biossegurança foram elaborados com base em estudos realizados pelo Sesi, dentro das normas vigentes e considerando o suporte de uso restrito do parque, que, antes da interdição, recebia duas mil pessoas/dia, de segunda a sexta-feira, e cinco mil pessoas/dia, nos fins de semana. As obras finalizadas incluem placas de sinalização e haverá monitoramento durante visitação a cargo do Imasul, Fundesporte, Polícia Militar e Polícia Militar Ambiental.
Obras essenciais
A segunda etapa das intervenções no Parque das Nações Indígenas, coordenadas pela Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), em andamento, é o processo de enchimento do reservatório (lago principal), que tem uma área de cinco hectares de espelho d’água. Inicialmente, a água das nascentes será absorvida pelo solo seco, até ser saturado e atingir o nível das comportas.
“Às vezes as pessoas questionam ao verem o lago seco, circulando pela Afonso Pena, mas essas obras eram essenciais, principalmente porque é o que embeleza o Parque das Nações Indígenas”, afirma o governador Reinaldo Azambuja, ao explicar a importância das intervenções no lago principal, com a recomposição da estrutura em gabião, para evitar desprendimento de pedras que dão sustentação a barragem do espelho de água.
A revitalização do parque incluiu a contenção das cabeceiras de duas pontes, restauração da escultura do Cavaleiro Guaicurus, feita pelo próprio autor, o artista sul-mato-grossense Anor Mendes, e a recuperação dos decks em madeira do lago. O deck de contemplação do monumento foi substituído por outro de 14 metros, desde a margem do lago e, ao aproximar-se da ilha em que está o Cavaleiro Guaicurus, abre-se em “Y”, ampliando a visão do visitante.
Desassoreamento
O lago principal do Parque das Nações Indígenas nunca mais havia voltado ao seu nível normal desde o início das obras de desassoreamento, executadas em convênio com a administração municipal de Campo Grande e que representaram investimento de R$ 1,5 milhão, recursos repassados pelo Imasul. De junho a agosto de 2019, foram retirados aproximadamente 15 mil metros cúbicos de sedimentos, mobilizando duas máquinas retroescavadeiras e 10 caminhões.
Desde 2018 o governo do Estado, através da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) tem feito investimentos significativos no Parque das Nações Indígenas. Todos os seis NABs (Núcleos de Apoio Básico, compostos por três prédios: banheiros, administração e depósito) foram reformados, a iluminação foi substituída por lâmpadas de LED e o cercamento reformado. Só nessas obras o governo investiu R$ 1 milhão.
O Parque das Nações Indígenas é um dos maiores espaços urbanos do país. Abrange 119 hectares e está ligado ao Parque Estadual do Prosa, unidade de conservação que preserva as nascentes do Córrego Prosa. Fechado desde o início da pandemia Covid-19, o parque recebia até 2 mil pessoas por dia, durante a semana, e nos fins de semana o número saltava para 4 mil.
Texto: Sílvio de Andrade e João Prestes
Fotos: Edemir Rodrigues/Arquivo Semagro
Veja abaixo imagens atuais do Parque das Nações Indígenas.