O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul reforça seu pioneirismo nas políticas de conservação ambiental e de fomento ao desenvolvimento sustentável, sendo parceiro das ações da iniciativa privada que se alinham com a estratégia de tornar o Estado um território Carbono Neutro em 2030. Um dos resultados dessa parceria foi evidenciado nesta terça-feira (30), com o lançamento do REDD+ Serra do Amolar. Trata-se do primeiro projeto a certificar créditos de carbono relativos a desmatamento e degradação evitados no Pantanal e o primeiro, no mundo, a ser certificado em áreas úmidas.
A iniciativa é do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), com o apoio da ISA – CTEEP – Programa Conexão Jaguar e do Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). O evento de certificação foi realizado na sede do IHP, em Corumbá, com a participação do governador Eduardo Riedel, do secretário Jaime Verruck, da Semadesc, do diretor-presidente do Imasul, André Borges e da secretária de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima), Rita Mesquita.
“Trata-se de uma iniciativa totalmente alinhada com o modelo de conservação ambiental e de desenvolvimento sustentável que fomentamos para o nosso Estado e que corrobora com a nossa política estratégica de tornar Mato Grosso do Sul um território efetivamente reconhecido como Carbono Neutro. Esse projeto representa, para o Pantanal e para os Pantaneiros, uma comprovação de que a conservação de áreas e de espécies como a onça, além de serem obrigação legal, podem representar uma nova fonte de renda”, comenta o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
O projeto gerido pelo IHP garante a conservação de mais de 135 mil hectares na região da Serra do Amolar, que forma um corredor de biodiversidade para a onça-pintada e outras dezenas de espécies animais; área equivale a cerca de 135 mil campos de futebol. Foram certificados mais de 231 mil créditos de carbono que serão comercializados no mercado voluntário internacional e têm o potencial de reduzir cerca de 430 mil toneladas de CO2e até 2030.
A certificação do IHP foi obtida junto à Verra – organização sem fins lucrativos que opera padrões nos mercados ambientais e sociais, incluindo o principal programa de crédito de carbono do mundo, o Programa Verified Carbon Standard (VCS) – um modelo de gestão de áreas protegidas.
O modelo do IHP é baseado em indicadores e ODS e recebeu a certificação da Verra por executar atividades de redução de emissão de gás do efeito estufa (GEE) e de proteção da biodiversidade, em especial, a onça-pintada. Estas atividades geram créditos comercializáveis no mercado voluntário de carbono e garantem sustentabilidade para gestão das áreas protegidas.
De acordo com o Instituto Homem Pantaneiro, “o projeto comprova a adicionalidade das atividades, considerando que mesmo sendo RPPNs, com status de unidade de conservação, a gestão realizada na área é o que garante a proteção do bioma, a mitigação de mudanças climáticas e o ambiente adequado para a maior densidade de onças do mundo”
Sobre o REDD+
REDD+ é um mecanismo de reconhecimento de resultados de mitigação no setor florestal em países em desenvolvimento. O termo significa Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD). Ele inclui a conservação e o aumento dos estoques de carbono florestal, além do manejo sustentável das florestas.
Trata-se de um incentivo desenvolvido no âmbito da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de Redução de Emissões de gases de efeito estufa provenientes do Desmatamento e da Degradação florestal. Em âmbito nacional, o REDD+ leva em consideração o desmatamento e degradação florestal; Questões fundiárias; Questões de governança florestal e considerações de gênero.
Fotos: Instituto Homem Pantaneiro e Conexão Jaguar