Em abril no mercado disponível a arroba do boi gordo em Mato Grosso estava em média a R$ 132,60, enquanto em outubro caiu para R$ 128,61 em Mato Grosso.
Segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em 2015 os pecuaristas confinaram 669.893 cabeças de bovinos, 5,2% a mais que as 636.661 cabeças constatadas em 2014. A maior variação verificada foi na região Noroeste de 69,9%, salto de 6,4 mil cabeças para 10,8 mil cabeças. No Médio-Norte, onde há maior concentração de animais confinados, houve redução de 2,4% de 153,06 mil cabeças para 149,3 mil cabeças.
O último levantamento de confinamento em Mato Grosso revela que das 669.983 cabeças confinadas neste ano em 12,8% das comercializações utilizou-se o “hedge” (ferramenta de garantia de preços) com travamento de preços com antecipação. Deste percentual 11,2% representam negociações a termo e 1,6% de vendas na BM&F.
Simulações realizadas pelo Imea mostram que o pecuarista que utilizou as ferramentas de vendas futuras no início da temporada de confinamento teve uma margem de lucro de R$ 70,04 por cabeça. Contudo, aqueles que optaram em vender a produção no balcão tiveram uma margem negativa de R$ 17,08 por cabeça.
“O confinamento é uma estratégia de alto risco e todas as ferramentas que minimizem o mesmo devem ser utilizadas”, pontua o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Olmir Cividini.
Apesar de favorável para o pecuarista, principalmente em 2015 com o custo da matéria prima alta, a economia instável e a demanda retraída, tais modalidades de vendas antecipadas exigem do pecuarista atenção e conhecimento de mercado, destaca o gerente de projetos da Acrimat, Fábio Silva.
“A procura maior pelo boi a termo tem motivo claro, já que representa uma relação direta e benéfica entre pecuarista e frigorífico que faz a comercialização antecipada da produção”, frisa Fábio.