Campo Gramde (MS) – Técnicos da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) participaram de uma reunião virtual na manhã da quinta-feira (8) para discutir a elaboração de indicadores de capital natural para o Pantanal. O projeto foi financiado pela UK Global Challeges Research Fund, numa colaboração entre a University College London em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) no Brasil, e visa desenvolver uma estrutura que fornecerá aos tomadores de decisão locais um sistema de relatórios de indicadores ambientais, econômicos e sociais para a região ocupada pelo bioma.
O projeto contribuirá para o progresso da Meta 17.19 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fixados pela ONU (Organização das Nações Unidas), que reconhece que os indicadores econômicos, como o PIB, fornecem apenas uma imagem parcial da situação econômica de um país. Também é relevante para a seleção contínua de indicadores para o Quadro de Biodiversidade Global pós-2020 e para as atividades de contabilidade econômica e ambiental no Brasil.
Estavam presentes técnicos de instituições internacionais como o Institute for Sustainable Resources e o Smithsonian Institute, e pelo menos outras 50 pessoas do Brasil e do Reino Unido. Pela Semagro, participaram Marina Carvalho Dobashi, Thais Fernanda Silva Guimarães e Sylvia Torrecilha, que no evento representou o secretário Jaime Verruck.
A região do Pantanal no Brasil, cercada pelos biomas Amazônia, Cerrado e Chaco, é uma área úmida tropical megadiversa. Ele oferece suporte a diversos serviços ecossistêmicos valiosos, incluindo o fornecimento de alimentos silvestres, regulamentação ambiental e serviços de manutenção, como armazenamento de carbono e retenção de sedimentos, uma indústria de turismo diversificada e uma crescente indústria de pecuária.
O bioma recentemente recebeu atenção global devido a um aumento alarmante na frequência e extensão dos incêndios florestais, cujas causas são diversas e complexas. Um desafio para os tomadores de decisão é como relatar os impactos ambientais e socioeconômicos desses usos humanos concorrentes do bioma, a fim de informar as decisões de uso da terra que maximizem os benefícios para as comunidades locais, regionais e globais, mantendo a integridade do ecossistema.
Devido à escala geográfica da região do Pantanal, este projeto piloto teve como foco inicial o estado de Mato Grosso do Sul. Foi aplicado uma estrutura de indicadores para relatórios de capital natural (Fairbrass et al. 2020) para reunir as fontes variadas, mas atualmente díspares, de dados e indicadores ambientais e socioeconômicos do estado. Esta estrutura é baseada no conceito de capital natural, o estoque de recursos naturais renováveis e não renováveis na terra (por exemplo, plantas, animais, ar, água, solos e minerais) que se combinam para produzir um fluxo de benefícios ou “serviços ” para pessoas.
Foi realizada uma integração entre o Índice de Desenvolvimento Humano, recentemente adaptado ao contexto único do Estado, com os indicadores ambientais e econômicos disponíveis para produzir um sistema piloto de relatório de indicadores de capital natural para o Pantanal.