Campo Grande (MS) – A Superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) organizou conferência on-line com a Coordenadora-Geral de Popularização da Ciência, Silvana Copceski Stoinski, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O Coordenador-Geral de Bioeconomia, Bruno Nunes, também esteve presente e falou sobre as ações do MCTIC de fomento para o desenvolvimento da bioeconomia nacional. A videoconferência foi realizada na quarta-feira (29).
Desde 2011, o Mato Grosso do Sul trabalha o tema da bioeconomia e investiu mais de 8 milhões de reais via FINEP/MCTIC em projetos de pesquisa na área do mapeamento da biodiversidade (BIOTA-MS) e novas fonte de bioenergia.
O projeto “Bioeconomia – Novo Paradigma de Desenvolvimento para Mato Grosso do Sul”, tem como objetivo geral desenvolver conhecimentos científicos e tecnológicos que permitam a ampliação e diversificação da matriz econômica de Mato Grosso do Sul, com base em novos insumos oriundos da rica biodiversidade do Cerrado e Pantanal sul-mato-grossenses.
Com os resultados deste projeto pretende-se ampliar as alternativas de fontes e de processos de produção de biocombustíveis, ao mesmo tempo em que o sólido conhecimento da biota favorecerá processos de uso econômico e conservação ambiental sustentável.
Além disso, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência vinculada ao MCTIC, foi estabelecido um programa de bolsas de níveis médio e superior que contempla 40 estudantes de diversas instituições de ensino e pesquisa do estado que participaram do bate–papo.
Nunes falou sobre o desenvolvimento de soluções para os desafios globais, como mudanças climáticas e o aumento nas demandas por água, energia e alimentos. As soluções desenvolvidas para esses desafios devem, obrigatoriamente, causar menores impactos e, para isso, precisamos de ciência, tecnologia e inovação para desenvolver uma bioeconomia sustentável e circular. Explicou também que a bioeconomia está baseada em recursos biológicos renováveis e que, a exemplo do Brasil, muitos países estão estruturando estratégias para o desenvolvimento e suporte de suas bioindústrias, que incluem o uso de resíduos como matéria-prima e a redução da dependência de matérias-primas fósseis, substituindo-as por biomassas.
O MCTIC trabalha em um grande projeto entitulado “Oportunidades e Desafios da Bioeconomia – ODBio”, que visa criar a ambiência para o desenvolvimento de uma estratégia nacional de bioeconomia, aproveitando as oportunidades e superando os desafios existentes. Para isso, estão sendo realizadas uma série de estudos e encontros com especialistas dos setores governamentais, acadêmicos, empresariais e da sociedade civil organizada para debaterem, dentre outras coisas, como se dará a governança da bioeconomia brasileira e quais deverão ser suas prioridades considerando, principalmente, a possibilidade de programas orientados por missão que sejam estruturantes e mobilizadores.
Para que tudo isso possa ser realizado, foi discutido na última segunda e terça-feira (27 e 28/04) um modelo de observatório que poderá fornecer dados e informações qualificadas para a gestão do conhecimento e tomadas de decisão em bioeconomia. Além disso, encontra-se em conclusão um levantamento sobre as capacidades nacionais em Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento desse setor. Este projeto tem como base o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Bioeconomia (PACTI Bioeconomia) e a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2016-2022).
“Entre as vantagens do Brasil estão a biodiversidade, a pesquisa em agricultura tropical, o pioneirismo em políticas para biocombustíveis, o agronegócio, um setor acadêmico de relevância global e um setor empresarial estruturado”, afirmou o Coordenador-Geral de Bioeconomia do MCTIC, Bruno Nunes.
A Coordenadora-Geral de Popularização da Ciência, Silvana Copceski Stoinski, agradeceu muito o convite, ressaltando que “foi uma videoconferência muito produtiva, queremos conhecer mais sobre as ações do Mato Grosso do Sul. Estamos aqui para somar”.
“A utilização sustentável da biodiversidade do estado insere-se na bioeconomia e Mato Grosso do Sul reúne inúmeras vantagens e oportunidades em relação aos demais estados, pois temos a maior biodiversidade do país com 3 biomas e cerca de 40% de áreas nativas ainda, com muitos ativos de grande interesse para a indústria, o comércio e a economia como um todo”, comenta o titular da Semagro, Secretário Jaime Verruck. Nesse contexto, os exemplos práticos vêm de setores como o da saúde humana e animal, das indústrias farmacêuticas, cosméticos e de biocombustíveis.
De acordo com estudo sobre economia feito pela União Europeia, o Brasil está na liderança no custo e disponibilidade de biomassa, mas ainda perde em nível de atividade produtiva e pesquisa e desenvolvimento.