A Petrobras confirmou nesta sexta-feira (4), por meio de comunicado de mercado que chegou a um acordo para as minutas contratuais para a venda de 100% de sua Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-3) para o grupo russo Acron. A estatal esclarece que a assinatura do contrato de venda ainda depende de tramitação na governança da Petrobras, após as devidas aprovações governamentais.
A empresa reforçou seu compromisso com a ampla transparência de seus projetos de desinvestimento e de gestão de seu portfólio e informou que as etapas subsequentes do projeto serão divulgadas de acordo com a Sistemática de Desinvestimentos da Companhia.
Positivo
O processo de venda da UFN3 para o grupo russo já havia sido comunicado na manhã desta sexta-feira à ministra de Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, durante um evento em Três Lagoas. A notícia foi dada pelo presidente da Petrobras, General Joaquim Luna.
Na avaliação do secretário Jaime Verruck da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar), a venda é mais uma ação efetiva e positiva rumo a industrialização de Mato Grosso do Sul. “A notícia é excepcional, extremamente positiva. Nós tínhamos como meta do governador Reinaldo que até o final do governo conseguiríamos fazer a reativação da obra. Então é mais uma meta cumprida dentro do processo de industrialização do estado de Mato Grosso do Sul”, comemorou o titular da Semagro.
“Há duas semanas estivemos com toda diretoria da Petrobras: o governador Reinaldo, o secretário Eduardo Riedel e eu e a ministra Tereza Cristina acompanhou todo o processo”, enfatizou o secretário Jaime Verruck, destacando que a ministra tem uma grande preocupação nesse momento, que é exatamente garantir a maior oferta de fertilizantes no Brasil. “A ministra tem negociado com os russos também a ampliação dessa oferta do insumo para o Brasil. Então o Brasil hoje tem falta de fertilizantes além dos preços extremamente significantes”, acrescentou.
O secretário relembrou que no encontro o governador mostrou o quanto essa planta é estratégica para o Brasil. “Se a obra já era importante se tornou ainda mais imprescindível nesse momento. E o que nós tivemos hoje foi a confirmação da aquisição pela Acron”, afirmou.
Próximos passos
A partir da confirmação da retomada da venda, Verruck destacou que a Petrobras é uma empresa que tem todas as suas operações na bolsa de valores e no mercado aberto. O secretário ainda relatou que ainda não existem prazos oficiais para a retomada da operação da fábrica. Mas a expectativa é que com a publicação feita hoje ao mercado já na próxima semana comecem as tratativas para encontros com o governador Reinaldo e a prefeitura municipal de Três Lagoas. Nas reuniões devem debatidas a questão de política de incentivo fiscal e da retomada dos terrenos que estão em nome da prefeitura de Três Lagoas.
Histórico
A UFN3 teve sua obra paralisada em dezembro de 2014. De acordo com o secretário Jaime Verruck, o projeto inicial previa que em contrapartida à concessão dos incentivos, a empresa faria investimentos de R$ 4,2 bilhões. No entanto, a obra foi paralisada com 82% da planta concluída.
A meta era produzir por meio de gás natural e água, a ureia fertilizante perolada, Ureia fertilizante granulada, Ureia industrial, Reforce N e Ureia grau ARLA e Amônia. Pelo projeto a capacidade da unidade industrial era de 1.223 mil toneladas/ano de ureia (3.600 t/dia) e 70 mil toneladas/ano de amônia. Durante a obra, a geração de empregos chegou a 10 mil trabalhadores.
Rosana Siqueira, Semagro